Mulher diz que foi pressionada pelo comandante afastado da UPP a mentir em depoimento no qual atribuiu ao tráfico o sumiço do pedreiro na Rocinha
Amarildo desapareceu dia 14 de julho,
na Rocinha, em meio a operação ‘Paz armada’, das polícias Civil e
Militar, que identificou 90 traficantes. Ele foi visto pela última vez
saindo da UPP e embarcando numa viatura da PM. As declarações das duas
testemunhas, mãe e filho — ele menor acusado de envolvimento com o
tráfico de drogas — foram feitas na madrugada de quinta-feira na DH, na
presença de quatro delegados e dois promotores.
Eles informaram que, por pressão do
major Edson, a mulher foi ao Ministério Público afirmar que Amarildo
tinha sido morto por um traficante, identificado por Catatau, e que a
vítima prestaria serviços para o tráfico. No mês passado, o militar
levou a testemunha pessoalmente.
A versão dada na época é a mesma alegada pelo
major Edson e outros quatro PMs investigados por envolvimento no
caso. No relato feito quinta-feira, a testemunha foi enfática:‘Disseram
que se continuasse na comunidade viraria Amarildo’. A Divisão de
Homicídios passou a investigar o caso no lugar da 15ª DP (Gávea).
Em nota, a PM informou que o major
Edson não comanda mais a UPP Rocinha e voltou para a sua unidade de
origem, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), tropa de elite da PM. A
Polícia Civil explicou que as investigações ainda estão em andamento.
Corregedoria apura divergências
As testemunhas, que estão sendo protegidas pela
Polícia Civil, foram levadas por PMs da UPP Rocinha para a 15ª DP
(Gávea), na quarta-feira, unidade de iniciou a investigação. Por ordem
da chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, o delegado Orlando Zaccone as
encaminhou à Homicídios.
Zaccone e Ruchester Marreiros, que
atuaram primeiro no caso, não se entenderam sobre o rumo da
investigação. Um pendeu para responsabilizar os PMs e o outro, o
tráfico. A Corregedoria da Polícia Civil apura a atuação dos delegados.
Polícia Militar vai investigar a acusação
A Polícia Militar também vai investigar as
acusações feitas pelas testemunhas ao major Edson Santos. Pelo Código
Penal Militar, coagir testemunhas durante investigação pode resultar em
condenação de até quatro anos de prisão. Nesta sexta-feira, mãe e filho
prestaram depoimento na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar
(DPJM), que fica no Complexo do Alemão, Bonsucesso, responsável pelas
investigações envolvendo policiais em áreas de UPPs. Em nota, a PM explicou que há um IPM em curso na 8ª DPJM sobre a conduta da UPP da Rocinha no desaparecimento do pedreiro Amarildo. Foram ouvidas 35 pessoas, sendo 30 PMs. O IPM corre dentro do prazo estabelecido de 40 dias, e pode ser prorrogado por mais 20.
Corregedoria apura divergências
As testemunhas, que estão sendo protegidas pela Polícia Civil, foram levadas por PMs da UPP Rocinha para a 15ª DP (Gávea), na quarta-feira, unidade de iniciou a investigação. Por ordem da chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, o delegado Orlando Zaccone as encaminhou à Homicídios.
Zaccone e Ruchester Marreiros, que atuaram primeiro no caso, não se entenderam sobre o rumo da investigação. Um pendeu para responsabilizar os PMs e o outro, o tráfico. A Corregedoria da Polícia Civil apura a atuação dos delegados.
http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2013-09-14/caso-amarildo-testemunha-compromete-major-da-pm.html
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