Queda de cabelo, caspa e piolho? Conheça os tratamentos e outros problemas do couro cabeludo

Cabelo

Estresse, tintura, formol e até o uso de alguns medicamentos podem ser a causa destas doenças    

         

É comum ter uma perda diária de 100 a 150 fios por dia (perceptível ao tomar banho e se pentear). Quando a queda de cabelo é exagerada, essa condição é denominada de eflúvio telógeno, uma das principais queixas dos consultórios médicos. De acordo com a dermatologista Lara Prata, colaboradora do Ambulatório de Tricologia da Faculdade de Medicina do ABC, a causa vai desde a ausência de ferro e vitamina D até anemia, alterações hormonais, cirurgias, estresse emocional e uso de medicamentos, especialmente antidepressivos e anti-hipertensivos.

— O tratamento vai depender da causa do problema. Se o médico identificar ausência de ferro, por exemplo, vai indicar medicações específicas para isso.

A caspa é outro problema que também incomoda homens e mulheres. Denominada de dermatite seborreica, essa condição está associada à alteração da produção do sebo. De acordo com a especialista, a caspa é uma doença crônica que tem períodos de melhora e piora no inverno.

 — A caspa pode ser controlada com o aumento da frequência da higiene dos cabelos com shampoos anti-caspa e produtos que melhoram a descamação. A duração do tratamento vai depender da intensidade do problema no couro cabeludo.

Frequente em crianças que já estão na escola, o piolho pode ser transmitido por meio de contato direto pessoal ou por objetos (boné, pente). A saliva do piolho ao entrar em contato com a pele do couro cabeludo provoca coceiras na cabeça, nuca e atrás das orelhas. A melhor forma de tratar é usar shampoo especial e remover as lêndeas (ovos) com pente fino.

— É importante saber se outras crianças do convívio também estão com piolho.

A calvície — afinamento dos fios capilares — acomete mais o público masculino do que o feminino. Acima dos 70 anos, cerca de 80% dos homens vão apresentar algum grau de calvície. Já em 40% das mulheres, o problema é mais perceptível com o passar dos anos.

— Menopausa, influências hormonais e outros fatores genéticos também contribuem para a calvície.

Há também a predisposição genética, ou seja, filhos de pais calvos têm mais chances de apresentar o problema, por isso a importância de iniciar o tratamento de forma precoce. O uso de loções capilares e medicamentos orais são as formas mais comuns de minimizar as falhas. Em casos mais avançados, pode haver indicação de transplante capilar.

Mulheres vítimas da depressão pós-parto costumam sofrer com a queda de cabelo neste período. Segundo a médica, os fios caem em decorrência da alteração hormonal nos três primeiros meses após o nascimento do bebê. O problema pode se prolongar por mais três meses, mas é normalizado espontaneamente, sem a necessidade de qualquer tipo de tratamento.

O uso frequente de chapinha, secador e babyliss pode causar danos no cabelo devido ao excesso de calor. Além disso, alisamentos e relaxamentos danificam a estrutura dos fios. Já a tintura pode ressecar cabelo, tirar o brilho e provocar, em casos mais raros, reações alérgicas e inflamação no couro cabeludo, levando a queda do cabelo.

Para não acabar com a saúde dos fios, a dermatologista recomenda o uso moderado de produtos químicos, aparelhos em temperatura equilibrada (morno a frio) e não dormir com os cabelos molhados.

— Para quem tinge o cabelo, é necessário hidratá-lo para restaurar os fios.

O grande problema da escova progressiva é a quantidade de formol utilizada no produto. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o ideal é usar apenas 0,2% de produtor nos cosméticos capilares com a função de conservante. Os efeitos da inalação do formol, em concentrações inadequadas, tanto por quem aplica quanto para quem se submete ao tratamento podem ser tosse, irritação na garganta, lacrimejamento dos olhos, em casos mais raros fechamento da glote e, até mesmo, câncer. Caso a pessoa apresente alguma reação alérgica, ela deve ser encaminhada para o médico especialista.

Você sabia que a micose também pode aparecer no couro cabeludo? Esse problema — que acomete mais crianças — ocorre em áreas com menos cabelo associada à descamação e coceira. O fungo ao invadir os fios provoca a quebra e os deixam em diferentes tamanhos na área afetada. A transmissão é adquirida pelo contato com indivíduos infectados, animais doentes (cães e gatos) ou com a própria terra.

O diagnóstico é realizado a partir de uma raspagem no couro cabeludo e o tratamento é feito com medicamentos antifúngicos orais, entre seis a oito semanas (determinado pela melhora do quadro clínico).

Não muito comum, a alopecia areata — condição autoimune que causa uma reação inflamatória no folículo piloso — leva à perda completa do cabelo em algumas áreas focais ou em todo o couro cabeludo. Ela é provocada quando a pessoa tem uma predisposição genética à doença ou passa por algum estresse emocional extremamente forte.  De acordo com a especialista, essa condição não tem cura.

— O paciente que adere ao tratamento à base de medicamentos consegue controlar a queda do cabelo. Mas, a doença pode reaparecer a cada um ou dois anos.

 Fonte:r7

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