O presidente do STF, Joaquim Barbosa, confirmou sua saída do STF até o final de junho, durante a sessão desta quinta-feira (29). Disse se sentir "honrado" por ter estado na Corte.
Logo no início da sessão, ele informou aos demais colegas sobre a sua decisão. "Eu tenho uma informação de ordem pessoal: é que eu decidi me afastar do Supremo Tribunal Federal no final de junho. Afasto-me não apenas da presidência, mas do cargo de ministro, requererei, portanto, o meu afastamento do serviço público após quase 41 anos", disse.
"Tive a felicidade, a satisfação, a alegria de compor essa Corte no que é talvez o seu momento mais fecundo, de maior criatividade e de importância no cenário politico institucional do nosso país", continuou.
"Sinto-me deveras honrado de ter feito parte deste colegiado e de ter convivido com diversas composições e, evidentemente, com a atual composição do Supremo Tribunal Federal. Agradeço a todos. Meu muito obrigado."
Pela lei
brasileira, Barbosa só precisaria deixar o STF aos 70 anos, idade em
que a aposentadoria é compulsória para juízes. Ele estava na presidência desde novembro de 2012.
Depois que Barbosa se aposentar, quem assumirá a presidência do
tribunal será o ministro Ricardo Lewandowski, atual vice-presidente do
STF. A tradição da Corte estabelece uma rotatividade na presidência
baseada no tempo que cada ministro está no tribunal. Com a ascensão de
Lewandowski, a ministra Cármen Lúcia passa a ser a vice.
Mesmo com a aposentadoria, Barbosa não poderá concorrer a algum cargo nas próximas eleições, já que o prazo para que ele deixasse a Corte para se candidatar se encerrou em 5 de abril.
Em fevereiro deste ano, Barbosa divulgou uma nota para negar que se candidataria nas eleições. No texto, o ministro manifestou desejo de se aposentar antes de completar 70 anos.
À frente da presidência da Suprema Corte desde novembro de 2012,
Barbosa, primeiro negro a ocupar o cargo de ministro do STF, chegou ao
tribunal em 2003, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). Ele defendeu, entre temas polêmicos, o aborto para fetos anencéfalos e remarcação de terras indígenas.
Ao longo de sua trajetória na Corte, Barbosa foi atormentado por um dor crônica nos quadris que
o atrapalhava durante as sessões. O ministro com frequência participa
de sessões em pé, apoiado em uma cadeira. Barbosa também costumava
revezar o tipo de cadeira para tentar aliviar as dores.
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