- Nascido no interior de São Paulo, Iasi é professor da UFRJ há seis anos
Iasi destacou que, em sua perspectiva, o "aparato repressivo" do Estado tentou conter o ímpeto das manifestações, mas isso não funcionou. "A repressão acabou levando a uma radicalização das manifestações, e elas se generalizaram. Isso provocou formas de autodefesa. Desde o início, nós tomamos muito cuidado para não criminalizar e condenar essas formas de autodefesa", disse. "Mesmo aquelas praticadas pelos chamados grupos adeptos de uma tática black bloc. (...) Somos obrigados a sofrer uma repressão brutal do aparelho policial, de forma muitas vezes ilegal, extremamente ilícita, forjando provas e tudo mais, em uma violência totalmente descabida. Todo mundo viu isso ocorrer nas manifestações."
Para o comunista, o "limite" da ação dos black blocs é outro. "É necessário que se transforme em uma alternativa real de poder. A mera ação performática contra a ordem encontra um limite. A ordem pode incorporar isso e neutralizar", explicou. No entanto, Iasi disse acreditar que as "várias intencionalidades" dos adeptos da tática black bloc, em todo o Brasil, podem "gerar problemas para as próprias manifestações". "As manifestações têm um apelo meio quixotesco. O apelo de uma juventude que enfrenta bravamente os seus adversários, mas é preciso nessa hora mais do que a ousadia. É preciso da forma dessa ousadia em uma perspectiva radicalmente anticapitalista, radicalmente socialista e isso a gente só vai fazer se conseguir que essas manifestações consigam consolidar uma alternativa real de poder", completou.
Questionado sobre o debate acerca da proposta de desmilitarização da polícia, que também se tornou pauta na onda de protestos, o professor universitário disse que é preciso ir além. "Hoje não basta nem sequer a desmilitarização da Polícia Militar. Somos favoráveis à desmilitarização, mas achamos que isso é insuficiente. É necessário hoje acabar com essa corporação", afirmou. "É necessário acabar com a Polícia Militar e pensar em uma nova forma de segurança pública que não passe pela prioridade da repressão por um corpo especializado em reprimir, e que nitidamente perdeu o controle de qualquer autoridade civil e de qualquer autoridade governamental, ganhando uma vida própria que culmina em práticas de extermínio. Essa corporação não pode ter lugar em uma sociedade minimamente civilizada como a gente imagina."
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