247 – Frente a frente à opinião pública, se quiser cair na tentação apontada pelo Datafolha, que o viu com 30% dos votos para presidente dentro das manifestações populares, Joaquim Barbosa terá de se explicar. Em palanques reais e eletrônicos, alguém vai lhe perguntar, por exemplo, porque diz uma coisa e faz outra.
Moralizador e austero em seus discursos, na prática ele não consegue se distinguir de seus pares no uso de expedientes que estão sob severo julgamento da sociedade. Como Barbosa irá se declarar inocente desses pecados, do ponto de vista do público, se continua sendo pego em flagrante no uso das mesmas mordomias?
No Conselho Nacional de Justiça, o presidente do STF atacou como "esdrúxulas" algumas benesses aos magistrados, como o pagamento de atrasados de auxílio-alimentação, prometendo criar legislação contrária. Mas o próprio Barbosa. no passado, não se fez de rogado, quando era promotor público, ao embolsar R$ 580 mil na forma de pagamentos de bônus salarial, uma espécie de compensação ao auxílio-moradia de deputados e senadores, e licenças-prêmio atrasadas.
Outros paradoxos foram descobertos logo após a pesquisa eleitoral ter expandido ao máximo, até aqui, a bolha de popularidade do presidente do STF. Depois de ter ordenado, no ano passado, uma ampla reforma nos banheiros de seu gabinete, Barbosa chamou atenção pelo uso constante, todas as semanas, de passagens Rio de Janeiro-Brasília-Rio de Janeiro para os deslocamentos entre sua residência e o STF. Um benefício histórico de diferentes cargos oficiais, mas que pune moralmente quem, como Joaquim, se diz um paladino da austeridade.
LÍDER E OUTSIDER -
 Destacando-se para o grande público como relator da Ação Penal 470 e, em seguida, na cadeira de presidente do Supremo, Joaquim procura ser uma espécie de outsider que ao mesmo tempo lidera o sistema -- é, afinal, presidente de um dos poderes da República.
Barbosa expressou em público toda a sua felicidade com o resultado do datafolha. "Fico lisonjeado", disse. "Isso é muito importante para o meu histórico de vida". Ele foi recebido pela presidente Dilma Rousseff para dar sugestões sobre a superação da crise política aberta pelas manifestações populares. Aproveitou para aconselhar a presidente a incluir a possibilidade de candidaturas avulsas, sem ligação com partidos políticos, no plebiscito que ela havia anunciado. "A minha avaliação coincide com a dela", disse o presidente do STF aos jornalistas. Os dias passaram e a ideia do plebiscito perdeu toda força, ficando claro que as regras para as eleições de 2014 serão as mesmas que vigoram atualmente. Mais um ponto contra possíveis pretensões presidenciais de Joaquim.
Nas manifestações, os pedidos por um Brasil mais transparente e rigoroso com a corrupção e a degradação dos costumes políticos se sobressaíram. Nesse cenário, Barbosa apareceu com força. Mas à medida em que tisna sua toga com as descobertas de seu desfrute, nos bastidores, das regras que afirma querer derrubar, sua fragilidade se torna proporcional ao tamanho de seu crescimento. Como uma bolha de sabão: quando está em seu ponto máximo de amplitude, estoura.

 http://www.brasil247.com/pt/247/poder/107796/

          COMENTARIO

    Não vou nem comentar. Prefiro copiar um comentário que está na postagem:
"Agora me digam: Que moral tem este homem para julgar um "mensalão", se ele participa do "mensalão da Globo"? Ou não se trata de um mensalão, ter um filho seu, contratado pela Globo? Ou não é um "mensalão", levar a repórter Global Carolina Brígido e pagar sua viagem com dinheiro do STF, para cobrir sua viagem à Costa Rica? Isso para não falarmos do Ayres Brito prefaciando o livro (eu disse livro?) de Merval Pereira. Tudo o que temos visto ultimamente, das relações entre ministros do STF e TV Globo, são, para dizer o mínimo, bastante "esclarecedoras". Podemos não conhecer os detalhes, mas qualquer pessoa com 2 neurônios, consegue ter uma visão geral do que se passa entre um lado e outro. E não é uma visão bonita."
                 

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