Atualizado: 16/09/2013


Ban fala em 'crime de guerra' e quer punição aos responsáveis por uso de gás
Ban fala em 'crime de guerra' e quer punição aos responsáveis por uso de gás
Nações Unidas, 16 set (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira que seus especialistas confirmaram o uso de gás sarin no ataque do último dia 21 na Síria, um 'crime de guerra', e que espera que os responsáveis sejam levados à justiça.
'Os resultados são indiscutíveis e arrasadores. Os fatos falam por si só', disse Ban ao apresentar o relatório dos inspetores para os membros do Conselho de Segurança. 'A missão da ONU confirmou, de maneira objetiva e inequívoca, que foram usadas armas químicas na Síria', acrescentou.
Para Ban, é um 'crime de guerra' e uma grave violação ao protocolo de 1925 que proíbe o uso em guerra de gases asfixiantes, tóxicos ou similares e meios bacteriológicos. O secretário-geral enfatizou que a comunidade internacional tem a responsabilidade moral de levar os responsáveis à justiça.
Ban, que ficou 'profundamente comovido' pelos resultados da investigação, lamentou que o relatório tenha concluído que houve uso de armas químicas em uma escala 'relativamente grande' que teve como consequência a morte de civis, 'incluídas muitas crianças'.
A equipe liderada pelo professor sueco Ake Sellström entrevistou mais de 50 sobreviventes, médicos e equipes de emergência, e recolheu mais de 30 amostras ambientais nas zonas de impacto do ataque.
O relatório mostrou que 85% das amostras de sangue analisadas deram positivo à exposição de gás sarin, e 34 dos 36 pacientes afetados mostraram evidências de envenenamento, segundo o secretário-geral.
Ban detalhou que algumas das vítimas do ataque de Guta Oriental tiveram diagnosticada a presença de 'compostos organofosforados' e mostraram sintomas 'claros' associados ao sarin, como 'perda de consciência, dificuldades respiratórias, visão turva, vômitos e convulsões'.
Diante dos fatos apresentados no relatório, o secretário-geral reforçou ao Conselho que a comunidade internacional tem a 'responsabilidade moral' de levar os responsáveis à justiça e de garantir que armas químicas não voltem a ser utilizadas como um instrumento para um ato de guerra.
Sobre o acordo fechado este fim de semana entre Estados Unidos e Rússia no qual a Síria se comprometeu a por sob controle internacional seu arsenal químico para que seja destruído, Ban mostrou sua disposição de apoiar o plano russo por todas as vias possíveis.
'Agora a unidade do Conselho de Segurança será crítica. Dada a gravidade da situação, insisto para que o Conselho considere as vias necessárias para garantir que se cumpra o plano através de uma resolução clara', disse Ban, para quem é necessário estabelecer consequências caso a Síria não cumpra sua parte.
O secretário-geral afirmou que este é a maior confirmação de uso de armas químicas contra a população civil desde que foram usadas pelo regime de Saddam Hussein em 1988, e acrescentou que a situação humanitária na Síria é 'desesperadora', o que torna necessário fazer todo o possível para que as partes se sentem e negociem.
'Meu desejo é que este incidente sirva como uma chamada de atenção para redobrar os esforços que permitam resolver este conflito e pôr fim ao insuportável sofrimento da população civil', concluiu o secretário-geral.

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