14/09/2013
Arma foi utilizada por adolescente para matar estudante durante confusão.
Advogada diz que as garotas agiram em legítima defesa.
Dafne e a adolescente ao deixar a delegacia nesta sexta-feira.
Dafne de Lima, 18 anos, foi indiciada como coautora da morte da
estudante Luana Vieira ocorrida durante briga na saída de uma escola de Campo Grande,
na quarta-feira (11). A jovem, segundo a delegada responsável pelo
caso, Regina Márcia Rodrigues, levou ao local do assassinato o canivete
que depois foi usado por uma adolescente de 16 anos para atingir a
vítima. A advogada que representa as duas envolvidas, Edelária Gomes,
diz que suas clientes agiram em legítima defesa.Regina disse ao G1 que os depoimentos que as garotas prestaram nesta sexta-feira (13) mais as imagens da confusão gravadas por outros jovens foram fundamentais para resolver o caso. Dafne era amiga da adolescente suspeita de atingir a vítima e não estudava na mesma escola em que ela e Luana.
Nas imagens é possível ver que Dafne começa a agredir Luana segurando nas mãos o canivete, até o momento fechado. Em um determinado momento, a arma escapa e as duas passam a puxar os cabelos uma da outra, sendo separadas por um homem, que segundo a delegada é professor na escola.
Durante o tumulto, um garoto, que segundo Regina tem 11 anos, recolhe a arma do chão. Aproveitando o momento em que Luana e Dafne eram contidas, a adolescente pega o canivete das mãos do jovem e esfaqueia a vítima.
Sequência
de imagens feita a partir dos vídeos divulgados pela polícia mostram
Dafne com o canivete fechado nas mãos e depois perdendo o objeto. Em
seguida, a adolescente pega o objeto, vai em direção às duas e esfaqueia
Luana
Versões
A adolescente suspeita de esfaquear Luana disse à polícia que por volta das 9h as duas discutiram por conta do cheiro do perfume que a vítima usava. As duas, segundo a delegada, marcaram uma briga para depois da aula. Regina contou ao G1 que a garota relatou ter mandado uma mensagem para o celular da Dafne avisando da briga. Edelária disse ao G1 que a briga, segundo as clientes dela, não foi planejada.
O pai de Dafne, Paulo Lima, 42 anos, disse que ouviu da filha que ela não tinha nada a ver com a confusão. “Ela contou para mim que foi até a escola buscar uma amiga e na chegada, se deparou com a briga, com a humilhação que ela [menor] estava sofrendo. Ela entrou para defender”
Já Dafne confirma que é amiga da suspeita, mas disse à polícia que foi até a escola buscar uma criança que estava cuidando e só viu a mensagem no caminho. Ela relatou ainda que tinha o costume de carregar o canivete e por isso estava com a arma em mãos quando chegou ao local onde havia a confusão.
Segundo Regina, Dafne relatou que ao ver a amiga envolvida na briga, quis defendê-la e por isso agrediu Luana. “Com a análise dos vídeos e os depoimentos, vimos que quando a maior de idade chegou ao local da briga, já estava com o canivete”, afirma a delegada.
De acordo com a polícia, as meninas afirmam que já havia desentendimentos entre elas e que a vítima era integrante de gangue. As duas dizem ainda que perderam o canivete e os celulares.
O professor que aparece nas imagens, segundo Regina, também será investigado. Há suspeita de que ele tenha incentivado a briga. “Tivemos informações de que ele teria incitado “.
Para Regina, o motivo da briga aliado ao comportamento dos outros jovens torna a situação ainda mais preocupante. “Todos os adolescentes ali filmando, incentivando e não se juntaram para separar. Eles estavam mais preocupados em filmar a briga”, afirma.
Dafne foi responsabilizada por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Ela responderá em liberdade, assim como a adolescente, cujas declarações foram encaminhadas à Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude (Deaij), que estudará o caso.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2013/09/jovem-que-levou-canivete-briga-e-indiciada-por-morte-de-menina-em-ms.h
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