Maria Teresa Peregrino e Anderson Mamede são escoltados por policial após serem presos Foto: Denny Cesare / Futura Press
Maria Teresa Peregrino e Anderson Mamede são escoltados por policial após serem presos 
A Polícia Civil de Campinas cumpriu no final da noite de sexta-feira a ordem de prisão de Maria Teresa Peregrino, 20 anos, e Anderson Mamede, 21 anos, que estão envolvidos na morte de Denis Casagrande, 21 anos. O estudante morreu há uma semana durante uma festa no campus da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Um dia após o falecimento do jovem, Maria Teresa confessou a polícia ter esfaqueado o universitário e Mamede, seu namorado, afirmou que agrediu a vítima com um skate.

Segundo Maria Teresa, a  agressão começou depois que o estudante a assediou e ela agiu em legitima defesa. Ela usou uma faca que costumava levar consigo. Mamede chegou a ser atendido no pronto socorro com um corte de faca na perna direita, mas no meio da semana disse ao delegado que ele próprio se cortou com um canivete. Uma faca encontrada próximo ao local do crime passará por perícia.

A prisão temporária por 15 dias do casal foi decretada pelo juiz da 2ª Vara do Juri, José Henrique Rodrigues Torres. Após exames de corpo delito, Maria Teresa seguiu para a Cadeia Feminina de Paulínia, interior de São Paulo, e Anderson Mamede para uma cela anexa ao 2º Distrito Policial, no bairro São Bernardo, onde aguarda uma vaga em um Centro de Detenção Provisória.

O estudante Denis Casagrande cursava o 2º ano de Engenharia de Controle e Automação na Unicamp. Ele morava em uma república e sua família é de Piracicaba, interior de São Paulo. Ele participava da festa organizada por estudantes quando houve uma briga generalizada. Ele foi atingido por várias pessoas na confusão.

A polícia ainda não concluiu o inquérito e aguarda os resultados dos laudos do IML para saber as causas da morte de Casagrande. Segundo o delegado, ele recebeu um golpe de faca no peito, mas seu corpo apresentava vários hematomas provocados por socos e pontapés que recebeu.

A Unicamp emitiu duas notas oficiais informando que a festa não tinha autorização da universidade. Na sexta-feira, representantes da universidade disseram que a Unicamp está estudando um plano de segurança de seu campus envolvendo policiais militares.

Unicamp abre sindicância após morte; delegado vê 'briga por mulher'

Delegado Rui Pegolo afirma que depoimentos indicam que briga tenha sido motivada por ciúmes Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra
Delegado Rui Pegolo afirma que depoimentos indicam que briga tenha sido motivada por ciúmes 
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) determinou nesta segunda-feira a abertura de uma sindicância e decretou três dias de luto oficial pela morte do estudante  do 2º ano de Engenharia de Controle e Automação Denis Casagrande, 21 anos, esfaqueado na madrugada de sábado em um festa dentro do campus da universidade. A Unicamp informou que o encontro dos jovens na praça do Ciclo Básico não era de seu conhecimento e não tinha autorização para ser realizada. A universidade declara que seu espaço foi invadido.

Casagrande foi sepultado no domingo em Piracicaba, interior de São Paulo, cidade onde mora seus pais. O jovem havia se mudado há dois anos para Campinas, onde pretendia concluir o curso. O rapaz morava em uma república de estudantes no distrito de Barão Geraldo, a poucos metros da universidade.

O rapaz foi esfaqueado durante um tumulto por volta das 3h30 de sábado. Ele foi socorrido por guardas municipais, que acionaram uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital das Clínicas da Unicamp, mas não resistiu aos ferimentos causados por uma facada no peito.

O tumulto também deixou ferido em uma das pernas o rapaz Anderson Mamede, 20 anos, que não é estudante da Unicamp. Ele foi medicado e liberado.


Briga começou por causa de namorada
O delegado Rui Pegolo, responsável pela investigação, disse que a confusão durante a festa começou por causa de ciúmes da namorada de Mamede. "A confusão na festa começou com uma briga por causa de mulher. Da namorada de Anderson", declarou Pegolo.

De acordo com o delegado, que colheu nesta segunda-feira o depoimento de seis pessoas - inclusive da jovem apontada como pivô da confusão, Maria Teresa Alexandrino Peregrino, e do seu namorado -, ainda não há uma certeza de quem é o autor do golpe de faca que provocou a morte do estudante e atingiu a perna do outro rapaz. Em diligências na Unicamp, a polícia não encontrou a faca.

"Existem muitos suspeitos, todos são suspeitos", falou o delegado, que abriu um inquérito para apurar as responsabilidades sobre o ocorrido. O delegado contou que a briga provocou um confusão generalizada, e muitas pessoas brigaram entre si.

Nesta segunda-feira, o delegado fez buscas nas casas de testemunhas e de amigos dessas pessoas e recolheu objetos supostamente com manchas de sangue. Os objetos, a maioria roupas, serão levados para exame de perícia.

O delegado ouviu de testemunhas que o universitário apanhou antes de ser golpeado pela faca. "Eu fui no IML (Instituto Médico Legal), ele apresentava vários hematomas e um único ferimento de faca na região do coração", disse. Ele acrescentou que outros jovens confessaram ter agredido a vitima com socos e pontapés e até com um skate, mas todos negaram o porte de uma faca para atingir o estudante. O caso vai continuar em investigação e outras pessoas podem ser chamadas, avisou o delegado.

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