![A velha mídia acordou relinchando hoje por causa da reviravolta no julgamento do mensalão. Nesta quinta, o STF retoma a apreciação dos embargos infringentes, isto é, a possibilidade de novo julgamento aos réus, dentre os beneficiários estão José Dirceu e José Genoino; tucano Merval Pereira acusa a corte de tomar uma "decisão política", em relação aos embargos; serrista Reinaldo Azevedo vê o STF "a um voto da desmoralização"; colunistas Ricardo Setti e Augusto Nunes, de Veja.com, que vocalizam o interesse político da família Civita, também tentam colocar a faca no pescoço dos ministros; o Globo, que recentemente admitiu seu apoio a um regime militar que suprimiu garantias individuais, faz um apelo curioso: sugere que o melhor para o próprio PT é que tudo acabe agora; cinco ministros ainda não votaram; vão ceder à política travestida de jornalismo?; se os petistas conquistarem essa vitória jurídica, aquele tribunal e os barões da imprensa de fato sairão desmoralizados politicamente; se eles [juízes e mídia] querem disputar no terreno político que o façam dentro dos marcos democráticos do país, se alistando a uma legenda partidária, sem golpes, concorrendo nas urnas.](http://www.esmaelmorais.com.br/wp-content/uploads/2013/09/image51-592x211.jpg)
A
velha mídia acordou relinchando hoje por causa da reviravolta no
julgamento do mensalão. Nesta quinta, o STF retoma a apreciação dos
embargos infringentes, isto é, a possibilidade de novo julgamento aos
réus, dentre os beneficiários estão José Dirceu e José Genoino; tucano
Merval Pereira acusa a corte de tomar uma “decisão política”, em relação
aos embargos; serrista Reinaldo Azevedo vê o STF “a um voto da
desmoralização”; colunistas Ricardo Setti e Augusto Nunes, de Veja.com,
que vocalizam o interesse político da família Civita, também tentam
colocar a faca no pescoço dos ministros; o Globo, que recentemente
admitiu seu apoio a um regime militar que suprimiu garantias
individuais, faz um apelo curioso: sugere que o melhor para o próprio PT
é que tudo acabe agora; cinco ministros ainda não votaram; vão ceder à
política travestida de jornalismo?; se os petistas conquistarem essa
vitória jurídica, aquele tribunal e os barões da imprensa de fato sairão
desmoralizados politicamente; se eles [juízes e mídia] querem disputar
no terreno político que o façam dentro dos marcos democráticos do país,
se alistando a uma legenda partidária, sem golpes, concorrendo nas
urnas.
Diante desse “risco”, a mídia engajada, que faz política travestida de jornalismo, entrou em campo. O serrista Reinaldo Azevedo, por exemplo, escreve hoje que o Supremo Tribunal Federal está “a um voto de uma desmoralização sem precedentes” (leia mais aqui). Em Veja.com, um dos blogueiros que vocalizam os interesses políticos da família Civita, Ricardo Setti, afirma que o que está em jogo “é o que resta de confiança dos brasileiros na justiça” (leia aqui) – juristas, no entanto, enviaram uma carta aberta ao STF, fazendo apelo para que a suprema corte não atropele garantias individuais consagradas na Constituição Federal. Também em Veja.com, o mais caricatural dos colunistas, Augusto Nunes, diz que, no “11 de Setembro do Supremo, o pelotão da toga ameaça implodir o Estado de Direito” (leia aqui).
No caso concreto da Ação Penal 470, é evidente que jornalistas como Azevedo, Setti e Augusto não têm preocupação alguma com qualquer coisa parecida com justiça ou Estado de Direito. O foco dos três é, única e exclusivamente, o poder. Em suma, como retirá-lo dos inimigos e transferi-lo aos amigos. Nada além disso. E o que podem oferecer como moeda de troca, a ministros do STF que se deixam levar pelo apelo da mídia, são aplausos passageiros em suas colunas, mas condicionados ao eterno cabresto.
Do mesmo modo, o jornal O Globo, da família Marinho, há anos imprimiu um tom ideológico e quase partidário ao seu jornalismo político. Maior responsável por essa guinada, Merval Pereira emparedou ministros do STF ao longo de todo o julgamento. Sua coluna desta quinta-feira, chamada “Decisão Política” (leia aqui), já afirma, no título, que os ministros que contrariam seus objetivos o fazem por motivações de natureza política – e não técnica.
No esforço para garantir que o jogo chegue ao fim antes da hora, o Globo faz até um apelo curioso. Sugere que o melhor para o PT seria que tudo acabasse agora, para que a nova fase do julgamento não adentrasse a porta do ano eleitoral de 2014, como se isso fosse capaz de convencer ministros de posição ainda desconhecida, como a mineira Carmen Lúcia.
Ora, o que o calendário político tem a ver com o tempo da justiça? Absolutamente nada. E o Globo, que, recentemente, admitiu seu apoio a uma ditadura militar que suprimiu garantias individuais e direitos básicos como o habeas corpus, não tem credibilidade para tratar de temas ligados a esse conceito de Justiça.
http://www.esmaelmorais.com.br/2013/09/velha-midia-tucana-engajada-tenta-ultima-cartada-sobre-o-stf/
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