Computador apreendido no
apartamento do jovem será periciado. Caso crime de organização criminosa
seja configurado, pena poderá aumentar em mais cinco anos
O Dia
Rio - O jovem Fábio Raposo, de 22 anos, preso
neste domingo pela Polícia Civil, poderá responder por mais um crime.
Segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida, titular da 17ª DP, em
São Cristóvão, Fábio, que já é acusado de tentativa de homicídio
qualificado por uso de explosivos e crime de explosão, agora pode ser
enquadrado por organização criminosa caso sejam encontradas em seu
computador mensagens ligadas ao grupo Black Bloc.
No apartamento do jovem, no Méier,
policiais aprenderam um computador, roupas semelhantes às que foram
usadas no dia do protesto e também quatro celulares. Durante as buscas
no local, um vizinho contou à polícia que Fábio havia feito pichações no
play do prédio. De acordo com o delegado Maurício Luciano de Almeida,
foram encontradas inscrições com as expressões "Black bloc" e um
palavrão em inglês contra a polícia.
Fábio Raposo, que passou rojão a suspeito de ferir cinegrafista, foi preso neste domingo
O computador será periciado e caso o
crime de organização criminosa seja configurado, a pena do jovem pode
aumentar em cinco anos. Até o momento, o cálculo aponta para 35 anos. O
delegado afirmou ainda que vai investigar uma suposta ameaça de morte
recebida pelo jovem logo após se entregar. Fábio Raposo disse ter
atendido chamadas de um número restrito com teor de ameaças. O advogado
do acusado disse que está tentando convencer seu cliente a aceitar a
delação premiada para contar tudo o que sabe.
Preso Sem algemas, de bermuda e aparentemente
nervoso, Fábio Raposo, chegou à 17ª DP, de São Cristóvão, na manhã deste
domingo. Ele estava acompanhado de um advogado. Ele foi preso pela
manhã na casa da mãe, no Recreio dos Bandeirantes, após ter a prisão
preventiva decretada. Neste sábado, a Civil indiciou o tatuador como
coautor da explosão do rojão que atingiu o cinegrafista da TV
Bandeirantes Santiago Andrade durante protesto contra o aumento das
tarifas de ônibus, realizado na última quinta-feira. Fábio já tem
registros de ameaça, dano ao patrimônio público e associação criminosa
na polícia por seu envolvimento durante as manifestações do último ano.
O jovem se apresentou espontaneamente
na madrugada de sábado na 16ª DP, da Barra, depois que imagens
divulgadas pela TV Brasil na noite de sexta-feira apontavam para a
participação de uma segunda pessoa no lançamento do explosivo. No vídeo,
poucos minutos antes do ferimento, Barbosa aparece segurando o rojão
para o rapaz de camiseta cinza e calça jeans que tinha o rosto coberto e
que é apontado por testemunhas como o autor do disparo. Este ainda não
foi identificado. Barbosa diz que encontrou o artefato no chão e apenas o
repassou para outra pessoa.
Jovem chegou com seu advogado Jonas Tadeu Nunes na 17ª DP, de São Cristóvão
Perfil
No condomínio, onde mora desde criança, Fabio é
considerado uma pessoa calada, de poucos amigos. Isso explica o fato de
ele ir sem companhia para se apresentar como o rapaz que aparece nas
fotos divulgadas na imprensa. Aliás, esta não foi a primeira passagem
dele na polícia. No dia 7 de outubro, Fabio foi autuado na 5ª DP (Mem de
Sá) por dano ao patrimônio público e associação criminosa, após
participação em um protesto. Um mês depois, no dia 22, ele voltou para a
delegacia. Desta vez, na 14 ª DP (Leblon), responder por suposto crime
de ameaça ao ser pego em uma manifestação.
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