VAI TARDE…
Coluna Justiça por Conrado Scheller
Prezados (as) Leitores (as). O Senador
José Sarney está há quase 60 anos na política. Conhecido como a “última
raposa” ou “a esfinge” do Congresso Nacional, o Senador finalmente
decidiu abandonar a Política. Conforme noticiado na imprensa, Sarney
optou em “pendurar as chuteiras” alegando estar preocupado com problemas
de saúde de sua esposa.
Entretanto, já teria confidenciado aos
amigos, que pela primeira vez está preocupado em sofrer uma derrota
vexatória nas urnas. Talvez este raciocínio tenha a colaboração das
recentes vaias recebidas do povo brasileiro em suas raras aparições
públicas. Sarney até tentou pavimentar sua candidatura, porém, recuou ao
perceber as dificuldades de sua manutenção no poder.
Longe dos tempos em que era venerado por
perpetuar a “Politica do Coronelismo”, Sarney tem sido hostilizado nos
últimos eventos, como na inauguração de um conjunto habitacional em
Macapá, onde foi vaiado em todas as vezes que seu nome era mencionado.
Respeitamos os admiradores, seguidores e defensores de José Sarney, os
quais entendem que o Senador fez muito pela história da Democracia
Brasileira, porém, não observamos desta forma.
Não conseguimos admirar agentes
políticos parlamentares, que abandonam seus eleitores em troca de
favores pessoais, ou melhor, são eleitos para fiscalizar, mas optam pela
omissão lucrativa. Sarney serviu aos seus próprios interesses. Com seu
fisiologismo peculiar, o Senador que é um membro do Poder Legislativo,
teve sua forte influencia estendida até o Palácio do Planalto.
Isto fica evidenciado no fato de que
serviu todos os governos, principalmente do PSDB e do PT, que deveriam
ter posicionamentos políticos e ideológicos antagônicos. O fato mais
danoso para a Democracia não é a constatação de que Sarney sempre esteve
ao lado de quem assume o poder, mas sim, perceber que este senhor
abandonou a verdadeira função de um Parlamentar, que é fiscalizar o
Poder Executivo. A independência entre os poderes foi duramente
“maltratada” por este agente político, que fez de seu mandato popular um
instrumento na defesa dos amigos infratores.
Assim, evidentemente, Sarney sempre
ganhou as eleições tendo apoio de uma grande base e estrutura política,
formada por aqueles que ele deveria ter fiscalizado, mas optou por não
fazer. Esta estratégia reprovável permitiu, durante muito tempo, certo
conforto ao Senador nas eleições. Assim, com o apoio da “máquina
pública”, nunca precisou temer a possibilidade de derrota.
O Senador João Capiberibe, adversário de
Sarney, resumiu muito bem quando disse: “Se Sarney disputar a eleição
sozinho, sem apoio do governo federal, vai perder para os votos brancos e
nulos”. Aos 83 anos de idade, sendo quase 60 deles dedicados à
“politicagem”, Sarney representa a velha política dos “conchavos”.
Felizmente a sociedade tem demonstrado
verdadeiro repúdio quando se depara com membros do Poder Legislativo,
que abandonam seus eleitores para defender o Poder Executivo em troca de
favores pessoais. Afinal, a corrupção só existe pela falta de
fiscalização.
A falta de fiscalização é um “fruto
podre” gerado pela omissão de autoridades, que deveriam cumprir suas
funções constitucionais e não as crumpe. Esta omissão é alimentada por
diversas fontes: INCOMPETÊNCIA, COVARDIA, DESONESTIDADE ou todas juntas.
Analisando assim, fica fácil identificar diversos clones de “Sarneys”
infiltrados em nossa sociedade, que, aliás, contribuem
significativamente para a proliferação da miséria.
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