Sininho seria líder do grupo, afirma delegada.
Ao todo, 19 pessoas foram presas neste sábado, véspera da final da Copa.

Investigações da Polícia Civil apontam que a ativista Elisa de Quadros Pinto Sanzi, 28 anos, conhecida como Sininho, e outros 18 ativistas presos, neste sábado (12), planejavam ataques, com artefatos explosivo, durante protestos marcados para este fim de semana no Rio. A informação foi dada em entrevista coletiva na Cidade da Polícia, no Jacaré, no Subúrbio.
As prisões acontecem na véspera da final da Copa do Mundo, entre Alemanha e Argentina, no estádio do Maracanã, neste domingo (13), quando também será feita a cerimônia de encerramento do evento. Pelo menos dois protestos estão marcados em redes sociais para este domingo.
Segundo o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, o grupo planejava protestos violentos para este fim de semana. "A polícia está atenta, mas podemos afirmar que essa quadrilha pretendia praticar atos violentos se não hoje, amanhã [domingo]”, disse Veloso, acrescentando que as provas são "robustas" e consistentes”.

O G1 entrou em contato com o advogado de Sininho, Marino D' Icarahy, mas ele afirmou que não podia falar.
Na operação, foram apreendidos máscaras de proteção contra gás lacrimogêneo, explosivos e arma de fogo, além de computadores e celulares.
A 27ª Criminal da capital expediu 26 mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão de menores de idade. De acordo com a polícia, outras duas pessoas foram presas em flagrante e nove estavam foragidas até as 15h.
Os suspeitos ficarão presos temporariamente, por cinco dias, por formação de quadrilhar armada, com pena prevista de até três anos de reclusão.

Ataques estavam planejados, afirma polícia
A delegada Renata Araújo, adjunta da Delegacia de Repressão à Crimes de Informática (DRCI), informou que declarações de mentores da Frente Independente Popular (FIP), black blocs e outros grupos de ativistas indicaram que  Sininho representava um papel de liderança em atos violentos.
Material foi apreendido pela polícia com os ativistas presos (Foto: Guilherme Brito/G1)Material foi apreendido pela polícia com os ativistas
presos
“Eles planejavam ataques e se aproveitavam de problemas reais para fazer manifestações onde usavam artefatos para incendiar ônibus, depredar agências bancárias, entre outros”, explicou a delegada.
Em nota, a ONG Justiça Global repudiou as prisões que, segundo a entidade, têm "propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que tem feito da presença na rua uma das suas formas de expressão e luta por justiça social".
Ativistas detidos antes da Copa
Ação semelhante ocorreu na véspera da abertura do Mundial, no dia 11 de junho. Na ocasião, 10 ativistas foram levados para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) na Cidade da Polícia, para prestar esclarecimentos. Segundo a polícia, eles seriam ligados ao movimento Black Bloc. Entre eles, também estava Sininho.
A manifestante Elisa Quadros, conhecida como Sininho, chega à 17ª Delegacia Policial, em São Cristóvão, para depor no procedimento aberto para investigar a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade durante protesto no Rio. (Foto: Armando Paiva/Fotoarena/Estadão Conteúdo)Sininho e outros ativistas foram presos (Foto:
Armando Paiva/
Sininho é produtora de cinema e tem participação ativa em protestos no Rio desde junho do ano passado. A jovem integrou o movimento “Ocupa Câmara”, que montou acampamento em frente à Câmara Municipal em defesa da CPI dos Ônibus, suspensa por decisão judicial.
Em outubro do ano passado, Sininho foi presa junto com outras 63 pessoas que participavam do movimento. Autuada por formação de quadrilha ou bando, a jovem foi levada para o sistema prisional. Na ocasião, em entrevista aoG1, a então advogada da ativista, Larissa Azevedo, disse que Sininho havia sido presa por PMs e levada para a delegacia de forma arbitrária.
Segurança para a final da Copa
Cerca de 25.787 homens de várias corporações participarão do esquema de segurança da final da Copa do Mundo no Rio de Janeiro, informou o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame,na manhã desta sexta-feira (11). O secretário classifica o esquema como a maior operação de segurança da história do Rio de Janeiro.

O número de quase 26 mil agentes se refere aos horários de pico, e incluem, além do policiamento do estádio do Maracanã, na Zona Norte, no Palácio Guanabara, na Zona Sul,  e Lapa, no Centro, reforço em lugares com grandes concentrações de argentinos, como o Sambódromo, no Centro; Fundão, Zona Norte; e Búzios, na Região dos Lagos.

Ativistas detidos: 
- Eliza Quadros Pinto Sanzi, "Sininho"
- Gerusa Lopes Diniz, "G Lo"
- Tiago Teixeira Neves da Rocha
- Eduarda Oliveira Castro de Souza
- Gabriel da Silva Marinho
- Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, "Moa"
- Eloysa Samy Santiago
- Camila Aparecida Rodrigues Jourdan
- Igor Pereira D' Icarahy
- Emerson Raphael Oliveira da Fonseca
- Rafael Rêgo Barros Caruso
- Filipe Proença de Carvalho Moraes, "Ratão"
- Felipe Frieb de Carvalho
- Pedro Brandão Maia, "Pedro Funk"
- Bruno de Souza Vieira Machado
- Rebeca Martins de Souza
- Joseane Maria Araújo de Freitas
- Eronaldo Araújo da Fonseca (prisão em flagrante por arma e munições)
- Sarah Borges Galvão de Souza (prisão em flagrante por drogas)
- Outros dois menores apreendidos (cujos nomes estão preservados como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente)

Ativistas foragidos:
- Luiz Carlos Rendeiro Junior, "Game Over"
- Luiza Dreyer de Souza Rodrigues
- Ricardo Egoavil Calderon, "Karyu
- Igor Mendes da Silva
- Drean Moraes de Moura Corrêa, "DR"
- Shirlene Feitoza da Fonseca
- Leonardo Fortini Baroni Pereira
- Pedro Guilherme Mascarenhas Freire
- André de Castro Sanchez Basseres

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