25/09/2014 

Homem morreu ao levar pedrada dentro de ônibus em Balneário Camboriú.
Dez pessoas foram identificadas; adolescente foi ouvido nesta quinta-feira.

O delegado responsável pela investigação do ataque ao ônibus que resultou na morte de um torcedor do Avaí, em Balneário Camboriú, no Litoral catarinense, afirmou que os envolvidos responderão pelo crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Segundo Osnei Valdir de Oliveira, 10 suspeitos foram identificados pela polícia até esta quinta-feira (25) - maior parte do grupo envolvido na ação. Um adolescente de 16 anos foi interrogado. (Veja no vídeo acima a entrevista do delegado para a RBS TV).
"Esse adolescente que foi ouvido arremessou a pedra. Foi identificado nas imagens, porém, não dá para definir até o momento, qual pessoa que arremessou a pedra que atingiu a vítima. Isso através da perícia, que vai ser melhorada a qualidade das imagens, será possível definir", afirmou Oliveira.
João morreu ao ser atingido por pedra na cabeça (Foto: Reprodução/Facebook)João morreu ao ser atingido por pedra na cabeça
João Grah, de 27 anos, integrava uma excursão de 22 torcedores avaianos que voltavam de um jogo contra o Paraná, em Curitiba. Por volta da 0h30 de quarta-feira (24), o veículo foi apedrejado quando passava pela BR-101, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense.
Grah estava na cabine ao lado do motorista e foi atingido por uma pedra  que quebrou o para-brisa e bateu na cabeça dele. O homem chegou a ser levado para o hospital, mas morreu após dar entrada na unidade. A vítima foi enterrada na manhã desta quinta, em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis.
Investigações
Segundo o delegado, as investigações apontam a participação de pelo menos um maior de idade. Outros adolescentes devem ser ouvidos pela polícia nesta sexta (26). "São torcedores do [Clube] Marcílio Dias. Alguns são integrantes da Fúria [Marcilista], embora ele [adolescente ouvido nesta quinta] tenha negado inicialmente a vinculação com a torcida organizada", relatou.

Pedras atiradas têm o tamanho de um sapato número 42. (Foto: PRF/Divulgação)Pedras atiradas têm o tamanho de um sapato
número 42 
"O fato foi motivado em razão de um atrito ocorrido no dia 6 de setembro num jogo envolvendo o Avaí e o América-RN, onde a 'Fúria Marcilista' se fez presente e acabou tendo um atrito, e tiveram carros danificados, inclusive o veículo utilizado nesse ataque foi um dos veículos danificados nesse confronto que ocorreu em Florianópolis", acrescentou Osnei Valdir de Oliveira.
O diretor social da torcida organizada Fúria Marcilista, Francisco Oliveira Júnior, manifestou repúdio ao acontecimento. Segundo ele, ainda sem ser notificada oficialmente sobre o caso, a torcida não assume a autoria do crime. Conforme Oliveira Júnior, se for provado que os suspeitos têm algum tipo de ligação com a torcida ou o clube, eles serão "sumariamente" expulsos da torcida.
O ataque
. As imagens mostram um carro parando no viaduto no km 136 da rodovia por volta de 0h30.
Quatro pessoas saem do veículo e outras cinco aparecem correndo. Elas param no parapeito do viaduto e esperam pela passagem do micro-ônibus. Em seguida, jogam as pedras e correm. Uma parte do grupo sai do viaduto e, a outra, vai para o lado oposto da pista para ver o veículo seguir viagem.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao menos três pedras, do tamanho de um sapato de número 42, atingiram o vidro dianteiro do micro-ônibus. João Grah estava ao lado do motorista no momento do ataque. O condutor do veículo não parou e seguiu até o posto da PRF em Itapema, no Litoral Norte, a pedido dos próprios torcedores que temiam novos ataques. Duas ambulâncias de atendimento emergencial da Autopista foram acionadas.
Um jovem de 22 anos, que preferiu não se identificar, disse que o carro que aparece no vídeo, em cima do viaduto,  já estava seguindo o veículo há alguns quilômetros. "Nós viajamos com todas as cortinas fechadas, a maioria estava dormindo. Eu abri a janela em um momento e vi aquele Corsa branco. Ele estava com as luzes apagadas e passou ao lado do ônibus, na pista rápida. Não deu pra ver quem estava dentro, mas todos os vidros estavam abaixados".
Um outro jovem, de 19 anos, confirmou a versão. "Eu estava no último banco do ônibus e o meu colega avisou do carro. Disse que estava andando devagar do lado há muito tempo. Eu cheguei a ir na janela e só vi o carro passando rápido. Já estavam indo em direção ao viaduto", relatou.
Segundo Gustavo Silveira, proprietário da empresa de turismo, este foi o terceiro veículo da organização atacado após jogos de times catarinenses neste ano. Ele afirmou que não irá mais operar viagens para torcedores. Também informou que o condutor do veículo depredado na quarta está "muito abalado" e, por isso, recebeu folga para ficar com a família.

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/09/policia-diz-que-suspeitos-de-apedrejar-onibus-responderao-por-homicidio.html

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