O presidenciável Aécio Neves, do PSDB, veio a público nesta terça para acusar o plano de governo apresentado por Marina Silva, candidata do PSB à Presidência, de plagiar trechos inteiros do Programa Nacional de Direitos Humanos lançado por FHC, em maio de 2002, o chamado PNDH 2. Em nota, a campanha do PSB tachou as acusações de “maliciosas” e disse ter seguido as diretrizes do Movimento Nacional de Direitos Humanos, que resultaram na elaboração das três versões do PNDH: 1996, 2002 e 2010.
Pois é… Não há nada de malicioso na afirmação. É plágio mesmo. O que o PSB fez foi copiar trechos do decreto de 2002. Basta comparar com o que vai no Eixo 6 do programa de Marina. Vejam alguns exemplos ( que está em azul é o decreto; o que vai em branco, o programa de Marina):
Até admito que as ideias sobre o tema não costumam variar muito. Mas, no caso acima, trata-se de outra coisa: é uma cola mesmo! É ruim para um grupo que se reúne tanto, que diz debater os temas com tanto afinco e advoga uma nova política. Fazer um programa de governo não é tarefa corriqueira. O grupo do PSB encarregado de cuidar dessa área não viu mal nenhum em reproduzir trechos inteiros de um decreto de… 2002. Não chega a ser uma coisa nova, não é mesmo?
Aécio, a exemplo dos petistas, resolveu confrontar a candidata do PSB. Afirmou: “O improviso não é o melhor conselheiro. De um lado, temos um governo que reage aos índices das pesquisas alterando as suas convicções, com certo desespero, o que não é bom. Do outro lado, o que vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circunstâncias. Em qual Marina o eleitor pretende votar, a que ataca ou a que foi do PT? A que defende os pilares macroeconômicos ou a que votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal no Congresso Nacional quando era do PT? É a Marina que se calou no escândalo do mensalão e continuou no governo petista?”.
Como afirmei num post de ontem, acabou a moleza para Marina Silva. O PT, vejam o desespero, pegou carona até numa observação que fiz aqui no blog na semana passada: só dois presidentes se elegeram acima dos partidos no Brasil: Jânio Quadros, cuja ligação com a UDN era mera formalidade, e Fernando Collor, que chegou a inventar um partido só para si: o PRN. Nos dois casos, o resultado foi desastroso. Os petistas lembraram também no horário eleitoral que um presidente tem de ter maioria no Congresso para governar. Precisa, pois, negociar.
As próximas pesquisas vão dizer se a artilharia produz algum efeito. Não deixa de ser emblemático destes dias que, com pouco mais de dois minutos no horário eleitoral, Marina apareça à frente de Dilma, que tem mais de 11 minutos. Esse tempo, em nome do qual se fazem tantas alianças espúrias, deixará de ser um dogma caso Dilma seja derrotada.
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