“Se arrependimento
matasse…”. Este foi o desabafo da professora Maristela Piccin, do município de
Palotina, Oeste do Paraná, onde a escola CEEBJA, destinada a jovens e adultos
(EJA), fechará definitivamente as portas para 491 alunos e 36 funcionários no
próximo dia 31 de dezembro.
Palotina tem 22 mil eleitores. Nas eleições de outubro, seus
moradores reelegeram o governador Beto Richa (PSDB) com 70% dos votos e deram
60% dos sufrágios para o ex-presidenciável Aécio Neves (PSDB). Por isso o
arrependimento da educadora já no início desta matéria, que engrossou um
protesto ocorrido semana passada na cidade.
É bom deixar claro que a professora Maristela Piccin não votou
em Richa, mas ela faz questão de criticá-lo em nome dos palotinenses: “esse é o
presente que ele [o governador tucano] deu pelo tamanho apoio recebido em nosso
município”.
“Se o governador não investe em educação, o que será da
sociedade?”, “Alunos sem a escola aonde irão estudar?”, “A educação tem que ser
prioridade na prática não só no discurso”; “Compromisso de campanha: EJA nos
três turnos. Assuma, governador”; “A educação nunca foi despesa sempre foi
investimento garantido”. Essas foram algumas frases expostas em cartazes
carregadas por manifestantes contra Richa, que retorna nesta segunda-feira (17)
ao cargo depois de férias de duas semanas no Caribe.
Infelizmente, o caso de Palotina não é isolado. A professora
Claudia Monteiro, diretora da Escola Estadual Campo João de Santa, no município
de Cambé, Norte, também será fechada no fim deste ano. “Mais uma vez esse
(des)governo desrespeita a lei e “enfia goela abaixo” sua decisão arbitrária”,
protestou, ao informar que a Secretaria de Educação ignorou o direito de
terminalidade previsto em lei.
Educadores do CEBEJA Professora Geni Sampaio Lemos, de
Jacarezinho, no Norte Pioneiro, em manifesto divulgado nas redes sociais,
denunciam ilegalidades no fechamento de escolas argumentado que houve
desrespeito ao “Princípio da Publicidade da Administração Pública”. A direção
da escola reclama que não foi avisada do fechamento da escola.
Devido a falta de informação antecipada sobre o fechamento
dessas escolas, todos os educadores não tiveram como se inscrever para o
concurso de remoção. Esse fato aumentou o clima de revolta na comunidade
escolar.
Um dos motivos para o governo Beto Richa fechar escolas em 2015
tem a ver com a crise financeira que o estado vive desde 2012, devido ao
inchaço da máquina pública por servidores em cargo comissionado (sem concurso)
com supersalários.
Estima-se que serão extintas 141 escolas de Educação de Jovens e
Adultos (EJA) em todo o Paraná.
Você acha que está ruim a situação? O
próprio governador Beto Richa respondeu: “O melhor está por vir”.
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