20/11/2014
escândalo da petrobras
15
deputados receberam repasses legais das empresas investigadas pela Lava Jato
Empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato doaram legalmente R$ 3,8 milhões para 15 deputados estaduais e federais paranaenses eleitos em outubro. O levantamento, feito pela Gazeta do Povo com base na prestação de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que as empresas também contribuíram para as campanhas dos candidatos ao governo Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), somando R$ 2,3 milhões em doações para os dois. O governador reeleito Beto Richa (PSDB) e o senador Alvaro Dias (PSDB) não receberam recursos das empreiteiras.
Os candidatos
derrotados ao governo do Paraná Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB)
receberam juntos R$ 2,3 milhões das empresas Galvão Engenharia, OAS, Queiroz
Galvão e UTC – todas investigadas pela Operação Lava Jato. As doações foram
feitas legalmente, de acordo com a legislação, e foram declaradas à Justiça
Eleitoral.
A Queiroz Galvão
doou, por meio da direção nacional do PT, R$ 475 mil a Gleisi. A petista
recebeu ainda verbas da UTC (também por intermédio do partido) e doação direta
da Galvão. No total, essas empresas repassaram R$ 1,84 milhão para a campanha
da candidata.
A campanha de
Requião recebeu verba de apenas das empresas investigadas. O grupo OAS repassou
R$ 500 mil ao paranaense por meio de doações feitas para a campanha de Michel
Temer, vice-presidente eleito.
Outro
lado
Com exceção da
empresa Camargo Correa, que não deu retorno à reportagem da Gazeta do Povo até
o fechamento desta edição, as demais empreiteiras informaram que todas suas
doações eleitorais foram realizadas dentro das formas previstas em lei. A
Engevix acrescentou que prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados
por meio de seus advogados.A Odebrecht informou disse que “promove suas doações
dentro de uma visão democrática e em respeito à Legislação brasileira, sem
adotar posição partidária nem ideologia”.
Em nota, Gleisi
informou que “as doações para a campanha ao governo do estado do Paraná em 2014
constam da prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral, conforme
determinação da legislação em vigor”. Por meio de sua assessoria, Requião disse
que sua campanha nestas eleições para governador foi “modesta e com muita
dificuldade”, com arrecadação abaixo dos gastos . A assessoria destacou ainda
que a doação da empreiteira OAS foi repassada à campanha pelo comitê de Michel
Temer.
Entre os
parlamentares, há doações tanto para partidos governistas quanto de oposição.
Beneficiado com mais de R$ 1,1 milhão de doações da Galvão Engenharia, o
deputado federal Nelson Meurer é o recordista em doações da Lava Jato entre os
eleitos no estado. Meurer, que é presidente do PP do Paraná, havia sido citado
nas investigações da Lava Jato numa possível ligação com o doleiro Alberto
Yousseff. Ele nega.
Parte do montante
doado pelas empreiteiras aos paranaenses foi viabilizada por meio de repasses
aos diretórios nacionais dos partidos. Isso significa que o dinheiro foi
disponibilizado pelas empresas para os comandos das siglas, que então
encaminharam a doação aos candidatos.
Entre os
deputados estaduais, seis deles receberam o dinheiro por meio da chamada
“dobradinha” com outro candidato a federal. O caso aconteceu com Ademir Bier
(PMDB), Dr. Batista (PMN), Evandro Junior (PSDB), Elio Rusch (DEM), Marcio
Nunes (PR) e Palozi (PSC). Dois deputados federais foram os responsáveis pelas
doações de recursos a esses candidatos: Ricardo Barros (PP) e Dilceu Sperafico
(PP).
Ao todo, seis
empresas investigadas pela Polícia Federal contribuíram para as campanhas
paranaenses: Galvão Engenharia, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix e UTC.
A Lava Jato
motivou até agora a prisão de 23 pessoas e foi desencadeada em março para desmontar
um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Entre os
presos da sétima fase da operação, deflagrada na semana passada, está o
ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque, acusado de ser operador do PT
no esquema. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal, é
acusado de ser o operador do PP no esquema.
Juntos, Gleisi e
Requião receberam R$ 2,3 milhões

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