Publicado em 08/11/2014

Voto para o governo do PR custou R$ 11,60; gasto foi de R$ 68,8 milhões
Gleisi Hoffmann teve o voto mais caro: R$
30,56.Já o voto de Rodrigo Tomazini (PSTU) saiu por apenas R$ 0,09
Os oito
candidatos que disputaram o governo do Paraná nas eleições de outubro gastaram,
juntos, mais de R$ 68,8 milhões para conquistar os 5,9 milhões de eleitores que
optaram por uma das candidaturas. Os dados foram obtidos a partir da prestação
de contas dos candidatos apresentada à Justiça Eleitoral. Na média, o voto de
cada eleitor na disputa pelo govenro “custou” R$ 11,60.
Campanhas
milionárias garantem vaga na Alep
Comparação revela que mais dinheiro na
campanha pode resultar em mais votos nas urnas.
Dados apresentados pelos candidatos a
deputado estadual ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) revelam que, apesar de
não ser determinante, o poder econômico pode influenciar substancialmente o
resultado das urnas. A Gazeta do Povo consultou a prestação de contas dos 54
deputados eleitos para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Dos seis
candidatos que gastaram mais de R$ 1 milhão na campanha, três ficaram entre os
seis mais votados.
Ratinho Júnior (PSC), campeão de votos
(300 mil), foi o que mais investiu: R$ 3,4 milhões, uma média de R$ 11,39 por
voto. Com a segunda campanha mais cara (R$ 2,1 milhões), Ney Leprevost (PSD)
foi o sexto mais votado, com 71,5 mil votos. O peemedebista Alexandre Curi,
segundo mais votado, com a preferência de 114,8 mil eleitores, gastou R$ 1,4
milhão, o quarto maior valor entre os eleitos.
Também gastaram mais de R$ 1 milhão Pedro
Lupion (DEM) (R$ 2 milhões), Plauto Miró (DEM) (R$ 1,3 milhão) e Maria Victória
(PP) (R$ 1 milhão). À exceção de Ratinho Júnior, que era deputado federal, e
Maria Victória, novata na política, os demais disputaram a reeleição.
Na relação entre os gastos e a votação
obtida, Lupion teve o voto mais caro entre os eleitos: R$ 32,26. Alguns dos que
mais gastaram, porém, obtiveram menos votos, proporcionalmente, do que colegas
que investiram menos na campanha. Ney Leprevost, por exemplo, apesar de estar
entre os mais votados, gastou R$ 29,58 por voto conquistado. Maria Victória, R$
24,14 – ela obteve 44,9 mil votos.
Na contramão, o deputado reeleito Gilberto
Ribeiro (PSB), quinto mais votado com 76,1 mil votos, gastou apenas R$ 3,61 por
eleitor. Uma posição à frente, com 78,6 mil votos, Artagão Júnior (PMDB) teve
um custo de R$ 5,69 por voto. Com a segunda campanha mais barata (R$ 100,2
mil), o deputado reeleito Tercílio Turini (PPS) teve o melhor desempenho na
relação gastos x quantidade de votos. Com 47 mil eleitores, o custo por voto
saiu a R$ 2,13 para o deputado. Único entre os eleitos a gastar menos de R$ 100
mil, o novato Marcio Pacheco (PPL), que conquistou 25 mil votos, gastou R$ 2,21
por eleitor. (PGS)
Câmara
Deputada federal mais votada teve custo de
R$ 0,60 por voto
Rogerio Waldrigues Galindo
O preço do voto para deputado federal
variou quase 100 vezes no Paraná. O voto mais caro entre os 30 eleitos no dia 5
de outubro foi o do deputado tucano Alfredo Kaefer, da região de Cascavel.
Segundo a informação prestada por Kaefer
ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram investidos R$ 4,7 milhões na
campanha. Como o deputado teve pouco mais de 82 mil votos, isso significa que
cada voto “custou” pouco mais de R$ 56. Quase todo o dinheiro veio do bolso do
próprio deputado, que é empresário da área alimentícia, e das empresas dele.
O voto mais “barato” foi o de Christiane
Yared (PTN). Campeã de votos, com mais de 200 mil votos neste ano, ela afirma
ter gastado apenas R$ 119 mil na eleição — menos de R$ 0,60 por voto. Diego
Garcia (PHS) registrou um gasto menor ainda, de R$ 116 mil, mas o custo por
voto foi mais alto: cerca de R$ 1,90 por voto. Ricardo Barros (PP) teve o
segundo maior gasto, com R$ 3,1 milhões; em seguida aparecem Luiz Carlos Hauly
(PSDB), com R$ 3 milhões, e Edmar Arruda (PSC), com R$ 2,9 milhões.
O candidato reeleito, Beto Richa (PSDB),
foi quem mais gastou na campanha: R$ 29,7 milhões. Proporcionalmente, porém,
Richa ficou em terceiro lugar ao se fazer a relação com a quantidade de votos
obtida. Comparando-se o valor gasto com os mais de 3,3 milhões de votos
conquistados, cada eleitor custou ao tucano R$ 8,98.
Terceira colocada na disputa, com quase
882 mil votos, a petista Gleisi Hoffmann teve o voto mais caro: R$ 30,56.
Apesar do fraco desempenho nas urnas, Gleisi foi a segunda candidata que mais
gastou, chegando a R$ 27 milhões. Roberto Requião (PMDB), que obteve 1,6 milhão
de votos, terminando em segundo lugar, gastou, proporcionalmente, R$ 7,26 por
eleitor. O candidato do PMDB declarou à Justiça gastos de R$ 11,9 milhões.
Juntos, os três principais candidatos gastaram R$ 68,6 milhões.
Os dois candidatos de partidos mais à
esquerda foram os que gastaram menos para convencer o eleitor. Último colocado,
com pouco mais de 5,7 mil votos, Rodrigo Tomazini (PSTU) declarou gastos de
apenas R$ 506 durante toda a campanha. O custo por voto saiu a R$ 0,09. Quinto
colocado na disputa, com 35,3 mil votos, Bernardo Pilotto (PSol) gastou R$ 0,17
por eleitor.
Maiores doadores
A prestação de contas apresentada pelos
candidatos ao TSE revela ainda que grandes doadores nem sempre escolhem um
único candidato. O Grupo JBS – conhecido pela marca Friboi –, por exemplo, doou
R$ 12 milhões aos três principais postulantes ao governo. Gleisi foi a mais
beneficiada, com R$ 8,6 milhões. O JBS também foi o maior doador da campanha de
Roberto Requião, que recebeu R$ 2,4 milhões. A empresa não esqueceu Beto Richa,
a quem doou R$ 1 milhão.
Tradicionais na contribuição a campanhas,
sete construtoras doaram, juntas, R$ 7,7 milhões à candidata petista. Também
entre os maiores doadores, o banco BTG Pactual doou aos três candidatos. O
maior valor, R$ 2 milhões, foi repassado a Beto Richa. Requião e Gleisi
receberam, respectivamente, R$ 1 milhão e R$ 400 mil.
Uma das maiores doações recebidas por
Roberto Requião veio de pessoa física. Candidato derrotado ao Senado pelo PMDB,
Marcelo Almeida doou R$ 700 mil ao colega de partido. A Fresnomaq, indústria de
máquinas e equipamentos, fecha a lista dos maiores doadores. A empresa
contribuiu com R$ 1,3 milhão para Richa.
Curiosidades
Com valores bem distantes dos grandes
doadores, parentes e aliados políticos também contribuíram com as candidaturas.
Irmão do governador e secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa doou R$
8 mil a Beto. Já o candidato do PMDB recebeu R$ 15,6 mil do filho, Maurício de
Mello e Silva, eleito deputado estadual. Requião ainda doou para ele mesmo R$
300 reais. Destituído pelo próprio Requião da presidência do diretório estadual
do PMDB em plena campanha eleitoral, o deputado federal reeleito Osmar
Serraglio doou R$ 3,6 mil ao desafeto.
Já o prefeito e a vice-prefeita de
Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) e Mirian Gonçalves (PT), doaram, respectivamente,
R$ 38 e R$ 152 para Gleisi.
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