Desde que o mundo é mundo e bem mais hoje do que ontem, o homem tem a seu alcance e a sua inteira disposição inúmeras formas e meios de procurar e adquirir conhecimento, buscando-o nas diferentes fases da vida.
Com um mundo cada vez mais informatizado, dizer que não sabe, não viu ou não tem opinião própria pode nos credenciar ao fracasso, ao despreparo e, sobretudo, nos tornarem morada do comodismo.
Aliado a isso, temos que ter em mente que mesmo diante de variadas fontes de obtenção do conhecimento e de toda a vontade e determinação em adquiri-lo, mesmo assim, não dominaremos todo o conteúdo que envolve o nosso dia a dia.
É notório na declaração universal dos direitos humanos, que toda a pessoa tem garantido a liberdade da expressão sem interferências, mas nas diversas áreas de atividade humana vemos proliferar pessoas que se julgam e se intitulam “especialistas”, os conhecidos e patéticos “sabem tudo”.
Acreditamos e, sobretudo nos julgamos os melhores técnicos, acreditamos que sabemos muito, quando na verdade, sabemos pouco e muitas vezes o pouco que sabemos, sabemos apenas superficialmente, sem grandes certezas. Existem sim certezas absolutas, fidedignas, mas essas são raras.
Talvez no futebol possamos encontrar um grande número de “especialistas”, pois todo brasileiro é um técnico impotencial, no campo da política, criticamos com veemência o desempenho dos parlamentares, mas ainda não nos conscientizamos quão fundamental é a função dos verdadeiros políticos e a importância que eles representam. Na saúde insistimos em não reconhecer os limites dos profissionais que se mostram como verdadeiros altruístas. Na educação teimosamente insistimos em incumbir os mestres a tarefas que são exclusivas da família.
Numa democracia acreditamos que somos as pessoas credenciadas a tecermos comentários e criticas a quaisquer profissionais que sejam, em especial a funcionários e a serviços públicos.
Temos que ter em mente que mesmo descomprometidos com a verdade, os nossos comentários ou “pitacos” sejam frágeis, inadequados e até inverídicos, e com isso nos tornem verdadeiros e malditos “pitacos”, que nós mortais temos a necessidade de propagar.
Os “pitaqueiros” agem principalmente em áreas dos serviços públicos e a segurança pública é campo fértil para os “especialistas” de plantão. Tratam o tema (segurança pública) que se diga de passagem é extenso, complexo e antigo, pois a violência nasceu do homem, e se iniciou entre irmãos.
Tal tema é frequentemente tratado de forma desinibida, descompromissada e infundada como alguém que joga conversa fora no balcão de um bar, entre um gole e outro.
Para analise de uma determinada área espera-se principalmente que tenha no mínimo requisitos básicos sobre o tema, a experiência na área de objeto de análise é de extrema importância e a sólida fundamentação cientifica e técnica é outro requisito imprescindível, para que suas ilações sobre o assunto não as tornem fracas, levianas e lesivas.
O resultado para toda essa modalidade brasileira do “pitaco” na maioria das vezes conduz a danos ao interesse público e as instituições envolvidas. O ponto de vista das pessoas mesmo sem qualquer fundamentação quando replicadas a exaustão se equiparam as utilizadas por Goebbels (marqueteiro de Hitler), que pregava que “uma mentira dita mil vezes, se torna uma verdade”.
Portanto, é imprescindível que pessoas inteligentes e coerentes sejam propagadoras deste pensamento que as “coisas” não podem ser vistas, criticadas e lançadas aos quatro cantos do mundo desprovidas de conteúdo e argumentação técnica.
Antes de esboçarmos uma ideia, um critica e replicarmos algo, sejamos conscientes que talvez estejamos entrando na vala comum dos pitaqueiros, pois poucos dos mortais possuem a sabedoria de entender o poder que a pedra tem diante da vidraça. O verdadeiro especialista entende muito de pouco, enquanto que o generalista entende um pouco de tudo.
“O público compra opiniões do mesmo modo que compra leite, partindo do principio de que custa menos fazer isso do que manter uma vaca”. 
(Samuel Butler)
(fonte: Robson Luiz Louzada/Gestor)

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