03/12/2014
Justiça decretou a prisão preventiva dela e de outros dois manifestantes.
Os três teriam descumprido medidas cautelares impostas pelo judiciário.
Considerada foragida pela Justiça do Rio,
ativista Elisa Quadros Pinto, conhecida como Sininho, alertou seus companheiros
nas redes sociais sobre uma possível ação policial contra os manifestantes que
respondem a processos. Ela contou que policiais estiveram no prédio onde mora
no Rio, nesta terça-feira (2), e ficaram à sua espera. Sininho
e outros dois manifestantes tiveram a prisão preventiva decretada nesta
quarta (3).
Até as 19h45, ela e Karlayne Moraes da Silva
Pinheiro, a Moa, permaneciam foragidas. Igor Mendes da Silva foi preso e levado
para o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, de acordo com a
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.
Sininho postou mensagem no Facebook pela
manhã quando soube do cumprimento de mandado
de prisão contra um de seus companheiros
"Fiquem em alerta, pois tem mais mandato
(sic) na rua. Resistir! Basta de perseguição", postou Sininho em sua
página no Facebook, às 9h22. A ativista disse que policiais civis conversaram
com vizinhos e porteiros do seu prédio no dia anterior.
"Não temos certeza se era mandato (sic)
de prisão, mas já esta confirmado que foi não busca e apreensão, até por que já
teve isto na minha casa. Estou em segurança, mas espero que todos estejam
também", acrescentou.
Na mesma publicação Sininho informou ainda que na manhã desta quarta
"levaram um dos ativistas do processo para a DRCI preso". Ela se
referia a Igor. A ativista destacou ainda que a ação acontece duas semanas
antes da data prevista para o julgamento dos 23 ativistas presos na véspera da
abertura dos jogos da Copa do Mundo.
Fotos
em protesto
Sininho, Moa e Igor tiveram a prisão preventiva decretada por terem, segundo
afirmou em sua decisão o juiz Flavio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal da
Capital, descumprido medidas cautelares impostas por um habeas corpus concedido
em agosto pela 7ª Câmara Criminal, que impedem que eles participem de
protestos. No dia 15 de outubro, segundo investigações da Polícia Civil, os
réus foram a um ato na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal. Fotos anexadas
ao inquérito, exibidas na GloboNews, mostram os três na manifestação (veja
acima).
A defesa de Igor e de Elisa considera o
pedido de prisão um ato de "terrorismo" e disse não saber onde
Sininho se encontra. “É mais um ato que só confirma o terrorismo de estado que
está sendo feito contra quem se manifesta politicamente nesse país. Nós estamos
trabalhando para dar uma resposta jurídica adequada para mais um fato de
arbitrariedade do juíz da 27ª Vara Criminal. Nós vamos entrar com os recursos
apropriados”, disse Marino D' Icarahy.
O advogado de Karlayne Moraes da Silva
Pinheiro, a Moa, Lucas Sada, informou que vai entrar com um novo pedido de
habeas corpus por entender que a medida é desproporcional. Segundo ele, ainda
que sua cliente tivesse descumprido a medida cautelar, essa a punição é
desproporcional, levando em consideração que mesmo se condenada pelos crimes
que está sendo acusada, ela não responderia presa, já
que a pena máxima seria de quatro anos. Ainda
de acordo com o advogado, o fato de ela supostamente ter ido à manifestação não
representa risco a ordem pública.
Entenda o caso
Sininho e outros 20 ativistas são acusados formação de quadrilha armada, sob a
acusação de que planejariam
atos violentos durante a Copa do Mundo. Sininho foi presa duas vezes, a
última no dia 11 de julho, e assim como outros ativistas teve um habeas
corpus concedido pelo desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal. Ela
foi solta no dia 24 de julho. Para esperar o julgamento em liberdade, no
entanto, eles não podem deixar o país e nem participar de manifestações.
Elisa Quadros é considerada uma das
lideranças das manifestações no Rio desde 2013 e foi uma das 23 pessoas que
tiveram a prisão decretada às vesperas da Copa do Mundo, dia 12 de julho.
Todos, no entanto, haviam conseguido habeas corpus, menos Fábio Raposo e Caio
Silva, que respondem também ao processo pela morte do cinegrafista Santiago
Andrade, em fevereiro deste ano.

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