Publicado em 15/02/2015
Pesquisa inédita da
Gazeta do Povo, em parceria com Observatório das Elites Sociais e
Políticas do Brasil, revela o que pensam os parlamentares estaduais e
federais paranaenses
75 deputados paranaenses foram ouvidos pela reportagem entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 e responderam a um questionário de 27 perguntas elaborado pelo Observatório das Elites Políticas e Sociais do Brasil.
Instituição reúne pesquisadores da área de ciência política
O Observatório das Elites Sociais e Políticas do Brasil, que organizou o questionário usado para esta pesquisa, é uma instituição que congrega pesquisadores de ciência política e sociologia de diversas universidades brasileiras. O grupo é coordenado pelo professor Adriano Codato, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além de Codato, participaram da pesquisa os professores Luiz Domingos Costa, da Uninter; Bruno Bolognesi, da Unila; e Fábia Berlatto, da UFPR. Além de idealizar as perguntas, os professores também fizeram os comentários com base nas respostas dadas pelos deputados – e que podem ser vistos no infográfico ao lado.A intenção dos pesquisadores agora é publicar um artigo científico com base no questionário. Segundo Luiz Domingos, o texto começará a ser produzido depois do carnaval, mas ainda não tem data para publicação.
Os resultados são de uma pesquisa inédita sobre a visão dos
parlamentares do estado realizada em parceria pela Gazeta do Povo e o
Observatório das Elites Sociais e Políticas do Brasil. Durante dois
meses, um questionário elaborado pelos profissionais de ciência política
do observatório foi aplicado aos deputados estaduais e federais eleitos
em outubro. Responderam ao questionário 50 dos 54 deputados estaduais e
25 dos 30 deputados federais da bancada paranaense.
De acordo com os professores que integram o Observatório, a
importância da pesquisa vem do fato de que, durante a campanha para
eleições para deputado, o candidato tem pouco tempo para apresentar suas
propostas no horário eleitoral gratuito – e têm pouco tempo para se
relacionar com os eleitores. Além disso, as posições dos políticos pode
ser “disfarçada” pela vontade de ser neutro em temas polêmicos ou, pelo
contrário, de assumir posições extremas para agradar a uma fatia do
eleitorado.
Série de reportagens
A Gazeta do Povo publica de hoje até terça-feira os resultados da
pesquisa, que foi dividida em três blocos. Hoje, aparecem as perguntas
relativas a valores sociais. Amanhã, as perguntas relativas a
instituições políticas. E na terça-feira, os assuntos relacionados à
economia.
Na interpretação dos dados, os professores do Observatório chamam a
atenção para o poder de pressão que a sociedade exerce sobre os
parlamentares. Por um lado, a luta por direitos dos homossexuais, que já
há algum tempo vem ganhando espaço na sociedade, pode ter feito com que
os parlamentares tenham passado a “aceitar” a ideia do casamento entre
pessoas do mesmo sexo – e não apenas a união estável. Curiosamente, as
respostas positivas a essa proposta, no meio político, até mesmo
ultrapassaram a aprovação na população em geral a respeito do casamento
homossexual.
Em outros casos, a opção popular por uma resposta mais conservadora
também pode ser decisiva. No caso da população, só 4% acreditam que a
atual lei da maioridade penal deve ser mantida como está – enquanto o
restante acha que a legislação precisa ser endurecida. Entre os
deputados, o número de respostas a favor da atual legislação é maior,
mas mesmo assim minoritário: são 15%.
As respostas de população foram extraídas de um levantamento
encomendado pela Gazeta do Povo ao Instituto Paraná Pesquisas. Entre 27
de novembro e 3 de dezembro de 2014 foram ouvidos 1.530 eleitores
paranaenses em 62 municípios. A margem de erro é de 2,5 pontos
porcentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

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