9/6/2015
Maioria decide: greve encerrada. Luta continua!
Ainda há giz e ainda há garra. Luta pelo respeito aos(às) educadores continua e aulas retornam nesta quarta-feira (11).
Após 44 dias de intensa mobilização por todo o Paraná, a categoria
decide encerrar a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da educação. A
paralisação iniciou no dia 27 de abril e teve adesão de mais de 90% em todo o
Estado.
O encerramento da greve foi uma decisão
coletiva da categoria na Assembleia Estadual da APP-Sindicato, realizada na
manhã de hoje (09), no Estádio Durival Britto, em Curitiba. Aproximadamente 12
mil educadores(as) participaram e votaram para a suspensão da paralisação. 70%
da categoria que estava presente aprovou a indicação do comando de greve, onde
23 dos 29 núcleos entenderam que era momento de suspender a greve.
No início da Assembleia, o presidente da APP-Sindicato, professor
Hermes Silva Leão, fez um resgate histórico da luta dos(as) educadores(as) e
destacou a organização da categoria. “A nossa categoria tem dado um exemplo de
unidade e força. Além disso, tem sido uma inspiração para todas as categorias
do setor público e privado no Brasil".
A
secretária Educacional da APP, Walkíria Mazeto, falou sobre a pressão que
os(as) diretores(as) de escola estão sofrendo por parte dos Núcleos Regionais
de Educação. “Nós fazemos uma luta intensa para que a categoria não sofra com a
pressão e ameaças da Secretaria de Educação. Não aceitamos ameaças e ataques ao
direito de greve dos trabalhadores”. Walkíria destacou ainda que a categoria
não aceita punições e está ciente do compromisso de reposição das aulas. “Nossa
luta é para que a educação pública seja de qualidade. Faremos a reposição dos
conteúdos e vamos garantir o direito dos alunos de ter as aulas dentro do
calendário que ainda será definido junto à Seed”. A Seed entregou um documento à direção da APP-Sindicato onde faz o compromisso de que as faltas no período de greve
não serão descontadas dos(as) educadores(as).
Após a
votação, o presidente da APP deu uma entrevista coletiva onde
reforçou a decisão da categoria de encerramento da greve. “A maioria decidiu
pelo final desta greve. Foi um debate amplo. Temos a compreensão que foi um
movimento vitorioso e nós vamos continuar uma luta intensa, em cada local de
trabalho, com pais, mães, estudantes e com a sociedade”, declarou.
Hermes destacou que a luta da categoria continua no dia a dia da
escola e que o calendário de reposições será debatido com a Seed. “Retornamos
as salas de aula e aos locais de trabalho já amanhã. Sobre o calendário de
reposição, já temos um compromisso de uma mesa de debate com o governo na
sequência, pois precisamos olhar todas as possibilidades da forma mais adequada
que organize tanto para professores e funcionários, como garanta o direito de
cada estudante”, explicou.
Nesta quarta-feira (10) educadores(as) voltam para as escolas e
devem se organizar para receber os(as) estudantes já na quinta-feira, dia 11 de
junho. Uma mesa de negociação será aberta com o governo para definir o novo calendário escolar.
Histórico – O período da segunda
greve dos(as) trabalhadores(as) da educação durou 44 dias.
- 25 de abril: a categoria realizou uma
Assembleia Estadual da APP, em Londrina, e decidiu, por unanimidade, retomar a greve após a quebra do acordo que o
governador Beto Richa havia assinado com a categoria.
- 29 de abril: educadores e educadoras
sofreram um verdadeiro massacre enquanto deputados(as) inimigos(as) da educação
aprovaram o projeto de lei que afeta a previdência dos servidores e servidoras
públicas do Estado. Mais de 400 educadores(as) ficaram feridos.
- 05 de maio: 30 mil educadores(as),
estudantes, comunidade escolar e servidores(as) de outras categorias marcharam
por Curitiba. Governo não apresentou nenhuma proposta para a data-base e a
categoria, em Assembleia Estadual, mantém a greve.
- 19 de maio: Marcha da data-base reúne milhares de educadores
nas ruas de Curitiba para pressionar que o governo apresente uma proposta.
Governo anunciou 5% de reajuste em duas vezes. Assembleia Estadual sequer foi
chamada, categoria considerou proposta indecente.
- 25 de maio: Educadores(as) de todo Estado fecham Núcleos Regionais de
Educação.
- 27 de maio: Governo envia projeto
para a Alep, sem qualquer debate com a categoria. Mais uma vez a proposta não
atende as necessidades de todo o funcionalismo.
- 29 de maio: Um mês depois do massacre, a categoria uniu 100 mil pessoas nas
ruas de todo o Paraná para protestar contra os desmandos do governo.
- 09 de junho: categoria decide, em
Assembleia Estadual, encerrar a greve. Em respeito aos alunos e alunas de todo
o Paraná. A luta continua em cada escola, em cada comunidade e, principalmente,
dentro das salas de aula.
Além de todas as mobilizações, professores(as) e
funcionários(as) promoveram cafés da manhã em frente às casas de deputados(as)
para pressionar o apoio à categoria, vigílias foram feitas em frente à
Secretaria de Estado, aulões preparatórios para o ENEM foram promovidos por
educadores(as) em algumas cidades do interior e tantas outras mobilizações.
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