18/06/2015 

Parlamentares viajaram à Venezuela para pedir libertação de presos políticos.
Senadores não decidiram se tentarão retornar ao país, segundo assessoria.

 
Diante da dificuldade de sair do Aeroporto de Caracas, na Venezuela, para visitar presos políticos, a comissão de senadores que viajou ao país nesta quinta-feira (18) decidiu retornar ao Brasil sem cumprir a agenda planejada.
De acordo com a assessoria de imprensa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é um dos integrantes do grupo, os senadores tentaram ir a uma penitenciária, mas o trânsito estava muito ruim devido às vias que estavam bloqueadas.
Às 19h do horário brasileiro, os senadores já estavam dentro do avião para retornar ao Brasil. A previsão, segundo o senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), é que o avião decole às 19h30 e leve 5h para chegar ao Brasil.
Senadores brasileiros em visita à Venezuela foram cercados por manifestantes em Caracas nesta quinta. O grupo de oito senadores foi à Venezuela para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares.
Viajaram à Venezuela o presidente da Comissão de Relações Internacionais, Aloysio Nunes (PSDB-SP), além dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSD-AC), segundo informações da assessoria do PSDB.
Aloysio Nunes publicou em sua conta no microblog Twitter que a comitiva decidiu retornar ao Brasil, diante da impossibilidade de cumprir a agenda programada para a viagem a Caracas.
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O senador Aloysio Nunes informou, em seu Twitter, que o grupo de senadores decidiu retornar ao Brasil (Foto: Reprodução/Twitter)O senador Aloysio Nunes informou, em seu Twitter, que o grupo de senadores decidiu retornar ao Brasil (Foto: Reprodução/Twitter)
O grupo ainda não decidiu se retornará em outra oportunidade à Venezuela. Segundo informações da assessoria do PSDB, os senadores optaram por aguardar a posição formal do governo brasileiro para tomar a decisão.
O G1 entrou em contato com a Embaixada da Venezuela e o Palácio do Planalto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que o governo brasileiro "presta apoio" aos senadores, mas não que não possui informações sobre o que será feito. O Itamaraty aguarda decisão dos parlamentares para dizer o que fará sobre a viagem deles ao país.
De acordo com relatos de Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pelo microblog Twitter e pelo Facebook, o grupo foi "sitiado".
O senador Aloysio Nunes informou que a comitiva ficou "tentando sair das cercanias do aeroporto". "Ficamos por quase meia hora tentando sair das cercanias do aeroporto, mas fomos impedidos. Ouvimos duas justificativas esfarrapadas. A primeira foi a de que o impedimento se deu por causa do transporte de um prisioneiro vindo da Colômbia. A segunda foi uma acidente. Por essa razão, decidimos voltar ao aeroporto e esperar que se resolva esse imbróglio", postou.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) relata no Facebook problemas enfrentados pela comitiva de parlamentares brasileiros para deixar aeroporto de Caracas (Foto: Facebook / Aloysio Nunes Ferreira)O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) relata no Facebook problemas enfrentados pela comitiva de parlamentares brasileiros para deixar aeroporto de Caracas (Foto: Facebook / Aloysio Nunes Ferreira)
Em sua conta no Twitter, Aécio Neves disse que os parlamentares foram “sitiados em via pública” e que a van em que eles estavam foi atacada por manifestantes. “Acabo de falar com o presidente do Senado [Renan Calheiros]. Ele fará um protesto formal sobre as agressões que sofremos e cobrará uma posição da presidente”, publicou o tucano.
Também por meio de sua conta no Twiter, Caiado disse que o grupo não conseguiu sair do aeroporto. "Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan", postou o senado.
Congresso
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram na tarde desta quinta que vão cobrar do governo brasileiro reação ao episódio de hostilidade relatado pelos senadores.

Renan disse que irá telefonar para a presidente Dilma Rousseff para cobrar uma reação “altiva” do governo brasileiro contra o episódio relatado pela delegação brasileira na Venezuela.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a Casa “não concorda com nenhum tipo de agressão ou retaliação” contra quem quer que seja e que irá se “associar a qualquer tipo de reação”.
Na Câmara, diante das discussões sobre o episódio dos senadores na Venezuela, a sessão no plenário foi encerrada e a votação das desonerações foi adiada para a próxima terça-feira.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/apos-serem-alvo-de-protesto-senadores-decidem-deixar-venezuela.html

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