Você quer entender um pouco da conjuntura política atual? Então leia a bela entrevista de Francisco Costa.
Uma longa conversa com Francisco Costa: ativista em redes sociais, professor, artista plástico, escritor, poeta e ex-presidente sindical! Vale uma espiada!
Uma longa conversa com Francisco Costa: ativista em redes sociais, professor, artista plástico, escritor, poeta e ex-presidente sindical! Vale uma espiada!
ENTREVISTA À RÁDIO PONTO-1, CONCEDIDA NO DIA O4/09/2015.
ENTREVISTADORES: SÉRGIO, NARJARA, MC ROBINHO E RODRIGO.
ENTREVISTADO: FRANCISCO COSTA.
PONTO-1 – Hoje é dia de folga para a concorrência porque o Francisco Costa está aqui de novo, com todo mundo ligado na gente. Será que você ainda não conhece o Francisco? O homem é professor de Química e Biologia, é escritor, artista plástico, já foi presidente de sindicato, é poeta e ativista nas redes sociais, muito respeitado, por sinal.
FRANCISCO COSTA – Bom dia, Sérgio, Narjara, com essa blusinha vermelhinha, bem a calhar, bom dia, Rodrigo, bom dia Robinho, e pra você que está em casa ou no trabalho, um ótimo dia! Tudo de bom e mais!
P1 – Vou direto ao assunto: o pior da crise já passou?
FC – Que crise? Se você está falando da crise política, tudo bem. Agora, se está se referindo à crise econômica, esta ainda não me apresentaram, é coisa da mídia.
P1 – No fundo as duas crises não se embolam, se confundem?
FC – Claro que não… Se no domingo eu quero ir à praia e a minha mulher quer passar o dia na casa da mãe dela e ficamos intransigentes nas nossas posições, vamos discutir, os filhos vão tomar partido, ela vai dormir virada pra parede (risos)... Isso é uma crise de relacionamento, de política na família. Agora, se eu fico desempregado ou fico muito endividado, com quedra no padrão econômico da família, isso é uma crise econômica. São diferentes. A crise brasileira é essencialmente política.
P1 – Mas todos os índices pioraram, Francisco...
FC – Pergunte a qualquer país do mundo se quer ficar na situação do Brasil! O que há é uma crise planetária, do capitalismo, como um todo, que não tem nada de estranho ou anormal, Marx previu essas crises cíclicas como necessárias ao capital, morre gente para o dinheiro se multiplicar. Você vê, a China chegou a ter crescimento de 15%, está tentando crescer só 4% esse ano, e está difícil. A Rússia está estagnada, a Europa regrediu aos padrões de 2007, com a península Ibérica amargando taxas de desemprego de 15%, já estiveram em 21%, a nossa é menos de 8%, a metade. Os Estados Unidos tiveram uma retração de crescimento do PIB, no último trimestre, de 1,1%, nós tivemos de 0,2%, cinco vezes menor, a Grécia quebrou e quase arrastou a União Europeia, o Japão está tendo um crescimento irrisório, a migração da África para a Europa, para fugir da fome, nunca esteve tão grande, o petróleo está com os preços lá embaixo, o que reduziu drasticamente o fluxo de petrodólares para os países exportadores de minério e comida, como é o caso do Brasil... Repare que a crise é mundial, mas a nossa mídia mostra como se o mundo estivesse navegando em perfume e estivéssemos atolados na bosta. Como a única fonte de informação do brasileiro é a tevê, ele reproduz essa crença. Repare que até as guerras diminuíram, os países estão sem grana até para guerrear, negociar sai mais barato. E querem nos fazer crer que o diabo mora aqui.
P1 – Então você acha que os protestos vão diminuir.
FC – Que protestos? Olha, rapaz... Copacabana, aqui no Rio, é o bairro mais conservador e mais populoso. Mais conservador porque é o reduto da classe média alta e dos riquinhos, além de ser a região brasileira com mais idosos. A população de Copacabana é de mais de um milhão de reaças e só colocaram cinco mil nas ruas, e isso porque foram coxinhas dos subúrbios também, fez um dia de sol bonito e a galera aproveitou a praia, e foi isso em todas as cidades brasileiras, menos em São Paulo, mas que também tinha menos da metade das pessoas das manifestações anteriores.
P1 – Como é que você explica São Paulo, Francisco?
FC – São Paulo é o reduto oposicionista no Brasil, o quartel general do golpe. Lá os protestos de rua são uma política do Estado. Fazem passeatas nos domingos a tarde, hora de lazer, além de não prejudicar os lucros das empresas. O governo coloca a polícia como força auxiliar da mobilização, dando segurança, com os policiais fazendo selfie com mulheres peladas, a mesma polícia que nos outros dias barbariza nas comunidades pobres, o governador libera as catracas do metrô, ninguém paga passagem, e os organizadores contam com generosas doações do empresariado e do próprio governo paulista. Assim eu boto gente na rua até para se manifestar contra cachorro que mijou no poste (risos).
P1 – Isso explica tudo?
FC – Claro que não. São Paulo sempre foi o mais conservador dos estados. Se você estuda a história do Brasil vai ver isso, ainda hoje há diversos grupos separatistas lá, abundam nas redes sociais as postagens com a proposta da região sul se independer, se separar do Brasil. Na ditadura militar a maior repressão foi em São Paulo, lá aconteceu a operação Bandeirantes, Fleury era de lá, o trânsito de informações e trocas de presos políticos não acontecia entre Buenos Aires, Santiago, Assunção, Lima... E Brasília, mas entre essas cidades latino americanas e São Paulo. O então Segundo Exército, da região sul, liderada por São Paulo, era o mais temido, além do nível de educação baixíssimo, em relação aos demais estados.
P1 – Você acha o nível da educação paulista baixo?
FC – Claro, coerente com o capitalismo selvagem de São Paulo. Quanto maior o proletariado, mais iletrado, para dificultar a reação. O PSDB está no poder a 20 anos lá, quantas universidades construiu? Nenhuma. Quantas penitenciárias, depósitos de pobres infratores? Treze. Querem emancipar o trabalhador ou mantê-lo cativo? Na presidência da república, FHC, carioca por acidente, já que foi criado em São Paulo, tem a vida acadêmica lá e lá fez a carreira política, em oito anos de governo fez quantas universidades federais? Nenhuma. O PT fez 18. Quantas escolas técnicas de ensino médio FHC fez? Onze, o PT fez mais de duzentas. Que partido tem a preocupação com a elevação do nível do proletariado?
A sede dos interesses burgueses, a Fiesp, está em São Paulo, o partido porta voz dos interesses burgueses, o PSDB, tem a sua sede e os seus políticos mais expressivos em São Paulo, então nada mais natural que o proletariado mais alienado seja o paulista.
P1 – O que se vê é que há uma desmobilização do povo, em relação às hostilidades ao governo, enquanto que no plano político, entre os políticos ela aumenta. Com é que você explica isso?
FC – O povo não é bobo, é iludido num primeiro momento, mas logo cai em si. A oposição e a mídia tentaram pintar um quadro de nesse governo só tem ladrão, é uma quadrilha organizada, e a resposta foi que temos ladrões entre nós sim, porque onde houver seres humanos haverá ladrões, mas a quantidade de ladrões na oposição é muito maior, já que eles têm no saque ao estado uma política de governo.
A nossa Dama de Ferro deu a ordem: apure-se, doa a quem doer, até não ficar pedra sobre pedra. A mídia internacional foi pródiga em elogios a ela, porque em nenhum momento, nem quando tentaram promover um desmonte do partido do governo, ela moveu uma palha para impedir, ou pelo menos influenciar em decisões, certa de que a meia dúzia dos nossos tinha a correspondência em centenas deles, entre eles, na oposição.
E aí o que ficamos sabendo? Que o Juiz Sérgio Fernando Moro já advogou para tucanos, uma quadrilha paranaense que desviou mais de meio bilhão dos cofres públicos e ganhou a questão, sem que ninguém fosse preso ou o dinheiro ressarcido. Descobriu-se que ele, Youssef e o Senador Álvaro Dias são amigos de longa data, já que os três residem em Maringá, município paranaense. Ficamos sabendo que no passado ele já julgou Youssef, pelos mesmo motivos que está julgando agora. Ficamos sabendo que uma das principais peças de acusação, na Lava Jato, é o suplente do Álvaro Dias. A esposa do Moro advoga para o PSDB, o que o faz parte interessada no processo, além da possibilidade de receber informações privilegiadas, fora dos autos do processo. Além de advogar para o PSDB, a moça advoga para a Shell, concorrente direta da Petrobras e que lucra, e muito, com a fragilização econômica da estatal, o que faz o Moro parte interessada no processo.
Ora, de um juiz o mínimo que se exige é que não seja parte interessada no processo, que tenha isenção, senão, ao invés de arbitrar estará tomando partido, condenando por antecipação.
P1 – Já estão se acumulando telefonemas e e-mails... José Luis, é estudante de direito, mora na Barra, afirmou que os petistas acusam a oposição de roubar, mas que ficam nisso, sem provar.
FC – Zé Luis, você, como estudante de direito, sabe que as apurações partem de acusações ou de indícios, e que as sentenças são dadas em cima de provas, que podem ser materiais, factuais ou testemunhais.
Comecemos pelos indícios: você sabe que FHC tem um apartamento na área mais nobre de Paris, avaliado em onze milhões de euros, conforme declarações dele à Receita Federal e em entrevistas, além de uma fazendona, no município mineiro de Buritis, que ele comprou de sociedade com o falecido Sérgio Motta. Vamos esquecer os outros imóveis de FHC e ficar só nesses dois. Some o valor dos dois, agora some o salário de presidente da república com o de professor universitário. Somou? Agora divida o valor dos imóveis pela soma dos salários. Somou? O resultado é que para ter só uma parte do que tem deveria ter trabalhado quase quatrocentos anos.
Convenhamos que FHC está um velho gagá, mas será que ele tem quase meio milênio de idade ou roubou?
Nessa fazendinha dele com os herdeiros do Serjão tem um aeroporto do tamanho do Aeroporto Santos Dumont, que serve à ponte aérea Rio-São Paulo, doado pela empreiteira Camargo Correa. Foi doação ou investimento? Olha que interessante: no governo FHC a Camargo Correa ganhou praticamente todas as licitações de grandes obras públicas e mais as que foram contratadas sem licitação, daí a Odebrecht ter apoiado a candidatura Lula. Desenho?
E já que estamos falando em aeroportos... Aécio Neves construiu dois aeroportos, no município de Cláudio, em terrar particulares, do tio dele, com dinheiro público, além de ter reformado um aeroporto que nunca existiu nem existe, em outro município, que não me recordo agora.
Quando foi acusado de ter desviado dinheiro público se defendeu mostrando um documento de perícia e licenciamento, da Anac, que foi aceito pela justiça.
Primeiro: o que é que a Anac tem a ver com verbas públicas? Quer dizer que se eu assaltar um banco, comprar um imóvel e ele for registrado no Registro Geral de Imóveis o assalto se tornou lícito?
Segundo: imaginem o que é uma perícia de um aeroporto: localização, segurança para pousos e decolagens, trânsito de pessoas e veículos terrestres, segurança, licença ambiental, licença do corpo de bombeiros... E essa perícia foi feita em 24 horas, resultando em um laudo de menos de uma uma página de papel ofício.
O meu nobre Zé Luis não consegue ver indícios de mutretagem?
Peguei dois casos. Quer mais dez, mais vinte?
P1 – Fale agora no...
FC – Pera aí, deixa eu terminar de esclarecer o Zé: você sabe que existem indícios diretos e indiretos. Os dois que citei são diretos, agora vamos aos indiretos: você sabe que foram descobertas mais de cem mil contas secretas, com dinheiro de origem suja, no HSBC suíço. Dessas, mais de oito mil são de brasileiros, segundo a imprensa francesa, a maioria aberta e mais alimentadas, quer dizer, com mais depósitos, no período das privatizações de FHC. Houve a proposta de se criar uma CPI, para apurar direitinho. O PSDB e o Dem se recusaram a assinar. Dá para entender isso?
Calcula-se que haja um trilhão e duzentos bilhões de reais de brasileiros espalhados em contas secretas, mundo a fora, principalmente nos paraísos fiscais. O governo fez a seguinte proposta: essa grana é repatriada, quer dizer, volta para cá, e os donos dela pagam um terço, em impostos, lavando essa fortuna. Só o PSDB e o Dem são contra. Dá para entender isso?
Se essa grana fosse repatriada renderia quatrocentos bilhões aos cofres públicos, cinco vezes mais do que a Dilma está poupando, com o ajuste fiscal que está nos arrochando.
É praticamente unanimidade que o financiamento empresarial de campanha é o pai da corrupção política e das leis contrárias aos interesses do povo brasileiro, no entanto o PSDB e o Dem, além de parte do PMDB, a bancada evangélica e a dos ruralistas, votaram a favor da manutenção dessa bosta.
P1 – Ontem foi recusada no Senado.
FC – Sim, mas a guerra não terminou, volta para a Câmara. O que o Zé Luis teria a me dizer desses indícios indiretos?
P1 – Suas respostas são longas... Olha a pilha de telefonemas e a fila de mensagens.
FC – Separa por assunto, padeço de didatismo, doença dos velhos professores e que os de agora perderam (risos). Vou procurar ser mais breve, mas são tantos gatunos do lado de lá que a gente demora contando (mais risos). Manda bala!
P1 – Escolhe: a censura que você sofreu no Facebook, a inoperância da justiça, a cheiração do Aécio (risos)... E um montão da Lava Jato.
P1 – Falei dos indícios e não falei das provas da corrupção tucana, mas tudo bem. Repara que a política, no Brasil, hoje, se reduziu à corrupção, ninguém pergunta nada que não diga respeito à roubalheira. Como diz aquele pedófilo paulista, “isto é uma vergonha!”.
P1 – Ele é pedófilo?
FC - Sim, todos os jornalistas sabem disso. Já o acusaram publicamente, em mais de uma vez, e ele ficou quietinho.
P1 – Vai começar por onde?
FC – Escolhe aí, vocês é que sabem.
P1 – Do Aécio, adoro ver você bater.
FC – (rindo muito) Vocês são sádicos, deixa o Popó em paz! (risos)
P1 – Fala da censura primeiro.
FC – Foi no dia nove do mês passado, véspera da micareta dos coxinhas. O Moro, aquele juiz da Lava Jato, postou que “sempre que houver conflito entre a lei e a justiça, fique com a justiça”. Como foi postado nas páginas de direita, poucos companheiros tiveram acesso, e os que tiveram não agiram com malícia, o que Moro quis dizer foi: “juridicamente não temos como derrubar a Dilma, mas amanhã, nas ruas, vocês podem fazer isso”.
Imediatamente fui à página dele e descasquei, chamando-o de golpista, perguntando se era com essa isenção que ele estava fazendo prisões de gente ligada ao governo, chamando-o de tucano... E esperei as consequências, certo de que ele me processaria ou até me mandaria prender, mas não foi o que aconteceu.
Imediatamente sofri um ataque de hackeres de doido. O que os caras fizeram! Entraram nas páginas dos fascistas mais animalizados e, em nome deles, me pediram amizade. Inocentemente aceitei, o bastante para chover palavrões, agressões no bate papo. Minha mãe em coma, em estado terminal, num hospital, e os caras dizendo que a comeram, chamando de puta. Em meu nome, pediram amizades e vieram à minha página, para ofender. Ao mesmo tempo o meu anti vírus enlouqueceu, tamanho foi o ataque. Mandaram desde os vírus de ebola e AIDS até aquele que atacou o Agripino e o Feliciano, o vírus de bruços (gargalhada geral)... E recebi comunicado da administração do Face que eles bloqueariam a minha página para a minha proteção.
Tudo bem. Fiquei sem poder postar e comentar e com o chat desativado, mas com acesso à página. De repente a página apagou de todo, e fiquei apavorado: ou os hackeres detonaram a minha página ou o Facebook me baniu de vez da rede.
No dia seguinte a página voltou, mas ainda bloqueada, e tentei desbloqueá-la: pediram para identificar aquelas letrinhas boiolas, mas escolheram as mais difíceis do arquivo, e consegui. Depois pediram para que eu identificasse cinco companheiros que eles postariam a foto de perfil, uma doideira: tenho quatro mil amigos, trocam de fotos a toda hora, postam figuras, ao invés das próprias fotos... Mas mesmo assim consegui identificar quatro e um eu chutei. A seguir pediram que eu escaneasse um documento meu com minha foto e os números da identidade e do CPF, e achei muito: se eu estava sendo atacado por hackeres, como ia dar uma cópia dos meus documentos? A página apagou de novo.
Através do Google tentei contato com a administração do Face, diversas vezes, para saber o que estava acontecendo, sem obter resposta.
No dia quinze, véspera das manifestações anti golpe, eu comentei com os meus filhos que ou eu tinha sido expulso da rede ou estava sob censura, que se estivesse sob censura assim que os ânimos acalmassem, que parassem de falar de passeatas, eles iriam me devolver a página.
No dia vinte, quatro dias depois da passeata, a minha página voltou, mas ainda bloqueada, e parti para o desbloqueio: decifrei as letrinhas, de tão fácil decifração que o meu filho de sete anos conseguiria, e parti para a identificação dos amigos. Só consegui identificar dois, dos cinco, na verdade sete, porque pulei dois.
Ora, matematicamente a minha chance de ter chutado certo foi de uma em cento e vinte e cinco, o mesmo que acertar os bichos que vão dar na cabeça, por três dias seguidos, o que me deu a certeza de não recuperar mais a página, quando apareceu lá: parabéns, você recuperou a sua página (risada geral). Tentei ir na página do Moro, para cobrar dele, mas ele já a tinha me bloqueado.
Não parece que foi sacanagem?
P1 – Não, nem um pouco (risos). Chegou um e-mail irado, te espinafrando, lê?
FC – Claro.
P1 – “Minha decepção com vocês só aumenta, agora arranjaram um petralha de elite para defender ladrões. Porque ele não fala que o partidinho dele está acabando com o país? Parabéns a vocês, que antes entrevistavam a esquerda mortadela e agora estão entrevistando a esquerda caviar.” Márcio, aqui da Barra. Vai responder ou passa batido?
FC – Comigo só passa batido café frio e mulher idem, é claro que vou responder.
Marcinho, meu menino (ironia pura), Itamar Franco entregou a oitava economia do mundo, ao seu querido FHC. Em oito anos caímos de oitava para décima sexta economia, com três empréstimos ao FMI.
Em onze anos, com os petralhas Lula e Dilma, avançamos de décima sexta para sétima economia, uma sacanagem dos petralhas.
FHC pegou um PIB de mais ou menos 700 bilhões. Oito anos depois passou para o Lula um PIB de um e meio trilhão. Parabéns para FHC, que levou oito anos para dobrar o PIB.
Aí veio aquele paraíba analfabeto, pau de arara e, em oito anos, elevou o trilhão e meio de FHC para quase quatro trilhões, quase triplicando, e entregou esse PIB pra mulher.
Quatro anos depois, mulher é bicho muito incompetente, por isso falam tão mal delas, ela elevou para cinco trilhões e meio.
Concordo, Marcinho, os petralhas estão destruindo o país.
Agora vamos às reservas cambiais, Marcinho, aquela graninhha que fica depositada no exterior, diferença entre o que se pagou pelas importações e o que se recebeu pelas exportações, uma espécie de poupança de emergência, que nos evita de Banco Mundial, FMI, moratórias e etc: FHC passou para o Lula uma reserva de mais ou menos dezesseis bilhões. Oito anos depois Lula passou quase duzentos e noventa bilhões de reservas cambiais, para Dilma, quer dizer, multiplicou por dezessete, sacanagem, né? E Dilma pegou esses duzentos e noventa bilhões e, quatro anos depois, as nossas reservas cambiais são, hoje, de trezentos e oitenta bilhões, com toda a crise internacional diminuindo o nosso volume de exportações. Esses petralhas...
Quer que eu compare as taxas de desemprego, as da inflação?
Você vê esse povo reclamando da gasolina, é realmente uma sacanagem, em 2002 o FHC passou um salário mínimo de duzentos reais e a gasolina custando dois reais, ao Lula, o que quer dizer que com um salário mínimo você comprava cem litros de gasolina, mas vou lhe ajudar e colocar a gasolina a quatro reais o litro, mais caro do quem está custando, e vou diminuir o salário mínimo, botar em setecentos e vinte reais, o que quer dizer que com um salário mínimo você compra praticamente o dobro da gasolina que comprava nos áureos tempos do seu herói.
Outra coisa, menininho, do dia em que FHC tomou posse a primeira vez até a posse do Lula, nos oito anos tucanos, o aumento acumulado da gasolina foi de duzentos e oitenta por cento; da primeira posse do Lula até hoje, onze anos depois, ainda não chegou a cem por cento. Porque choras?
Vamos sair da macro economia, quer que eu fale da micro? Aí a covardia aumenta.
Lembra que a dois anos atrás você dizia que Pasadena foi um roubo, que fomos enganados, que houve superfaturamento, que Dilma sabia? Pois é, você não fala mais nisso, sabe por quê? Porque a Globo não fala, descobriram que Pasadena está dando lucro e vai se pagar entre quatro e seis anos, temos uma refinaria nos States e os States não têm uma aqui.
A um ano atrás você estava escandalizado por termos emprestado um bilhão a Cuba, para a construção do porto de Mariel, e agora não se fala mais nisso. Sabe porque, Marcinho? Os Estados Unidos, a Inglaterra e a Alemanha estão entrando em Cuba e nos encontrando lá, antes corríamos atrás dos concorrentes, agora eles que correm atrás de nós. Por isso a Globo esqueceu Mariel, e você também.
A dois meses atrás, você estava no coro da Petrobras está falida, faliu, é melhor vender antes que acabe, os petralhas estão roubando tudo. Agora você não dá um pio, nem a Globo, sabe por quê? A Petrobras recuperou setenta e três por cento do seu patrimônio, em dois meses, e voltou a ser a primeira do mundo.
Chega? Marcinho, política se faz com informações, profissão de fé é coisa de religião e vocês professam a fé de que o neoliberalismo é o paraíso e o resto é o inferno, cegamente, como qualquer fanático religioso, e aí babam ódio em cima dos petistas como os carolas babam ódio no demônio, só que política não é religião.
Mas não me esqueci que você me chamou de esquerda caviar. Sou professor aposentado, classe mérdia. Classe mérdia é aquela classe intermediária, onde os seus integrantes têm os pés na bosta e a cabeça nas nuvens do consumo. Só que há dois tipos de classe média: o que tem consciência e se sabe com os pés na bosta, e por isso mesmo solidário com os que ainda estão inteiramente na bosta, e os alienados, que pensam estar inteiramente nas nuvens, sem saberem que sobre as suas costas estão os ricos, fazendo peso, afundando cada vez mais os pés do alienado na bosta.
P1 – Quantos HDs externos a tua cabeça tem? Você tem tudo aí armazenado, caracas!
Enquanto você falava chegaram quatro telefonemas com a mesma coisa: porque vocês, petistas, insistem em comparar o governo atual com o de FHC.
FC – Veja bem, não se trata de comparar FHC com Lula ou com a Dilma. Quando FHC governou nada mais fez que cumprir o programa neoliberal do PSDB. Fosse Serra, Alkimin ou Aécio teria sido mais ou menos a mesma coisa. Já Lula e Dilma cumprem o programa progressista, social democrata, do PT. Dilma saindo, voltando Lula ou outro qualquer, não vou citar nomes para não dizerem que tenho preferência, a caravana continua na mesma rota, se sair a militância obriga a voltar, é só você ver a reação da galera em relação às medidas neoliberais do Joaquim Levy, o PT é o único partido onde as lideranças têm uma ligação orgânica com a militância de base.
Vivemos num bipartidarismo e não há como sair, pelo menos imediatamente. Ainda que o PMDB chegue ao poder, se aliará ao PSDB, então quando comparamos Lula e Dilma ao FHC, na verdade estamos comparando as doutrinas e procedimentos do neoliberalismo e da social democracia, as duas alternativas para o Brasil, hoje. É isso aí.
P1 – Faltam pouco mais de dez minutos para o programa acabar e tem umas cinquenta perguntas dos ouvintes... Mais? A Narjara falou que tem mais, estão reclamando que você não falou do Aécio, das provas na Lava Jato, contra o PSDB... Que mais? Tem perguntas para dez programas, você fala pelos cotovelos.
FC – (rindo) Não há como ser sucinto. Quando você entrevista celebridades, dá: nas férias você vai pra Cancun ou Disney? Quantos discos já vendeu? Qual vai ser a sua próxima novela? Qual é a sua altura, quanto pesa?... Mas quando é política, filosofia, ciência ou religião complica, você tem que se fazer entender, esgotar o assunto.
Brizola e Darcy Ribeiro é que eram os terrores dos entrevistadores, eles faziam a primeira pergunta e os dois faziam uma palestra em cima, virava entrevista de uma pergunta só, dois gênios.
P1 – Você chegou a se relacionar com o Darcy, não foi?
FC – Me relacionar, não. Foi numa palestra do Darcy, na SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na UERJ, um índio peruano me confundiu, por causa do meu aspecto físico, e me chamou de patrício, pensando que eu era índio também, sou neto, o Darcy riu e quando terminou a palestra começamos uma conversa rápida, ele gostou da minha postura na palestra, me deu o telefone dele mas nunca liguei, quem tem um pouco mais de intimidade comigo sabe: por incrível que pareça, eu sou tímido, só me solto no microfone ou diante de muita gente, no cara a cara é brabo.
P1 – Com as mulheres também? (risos)
FC – Também. A abordagem, pra mim, sempre foi um suplício. (risos)
P1 – E o Brizola?
FC – Não, nunca o o vi de perto. Vi Fidel mas não vi Brizola, engraçado, não?
P1 – Fidel?
FC - Sim, eu acho que já contei aqui. Nós estávamos em greve, e eu estava no microfone, no Humaitá que, vocês sabem, liga o centro da cidade à Zona Sul, Copacabana e Ipanema, Barra, então tem um trânsito muito intenso, lento. Enquanto eu fazia a minha falação ouvi as sirenes das motos, e a primeira coisa que a gente pensa, trauma da ditadura, é repressão, mas percebi que as motos estavam com bandeirinhas brasileiras e cubanas, era escolta de alguém, e veio o carro de Fidel, com ele acenando para nós e rindo, possivelmente por ter lido as nossas faixas.
Engoli em seco, os companheiros perceberam que eu estva próximo de chorar, choro até de atropelamento de cachorro (risos), e só balbuciei, emocionado: é o comandante, é o Fidel. Um companheiro mais atirado pegou o microfone e começou a gritar “salve comandante, a América te agradece”, foi isso.
P1 – Lula.
FC – Fiquei a pouco mais de um metro dele, na ABI, a dois meses atrás, e a vontade de abraçar foi enorme, mas a timidez não deixou, e o aparato de segurança, do próprio partido, talvez não deixaria. Além do político, Lula me emociona muito, e aos meus irmãos, porque ele é muito parecido, fisicamente, com o meu falecido pai, lembra muito.
O que me espantou, de imediato é que ele é baixinho (risos), e estava muito assustado, inseguro.
Politicamente o Lula continua o líder seguro de sempre, mas fisicamente se sente acuado, está muito ameaçado, ele sabe disso, e se sente pouco a vontade em áreas abertas.
Até na net, tem um grupo que prega abertamente o assassinato do Lula, já teve centenas, milhares de denúncias, e a administração do Face diz não violar as normas da rede e fica no zero a zero. Porque chamei o Moro de golpista fui bloqueado por uma semana, dizer que vai matar o Lula pode, igual a esse advogado nazista que ameaçou matar a Dilma, dizendo até a hora e o local, no dia sete de setembro, durante a parada militar, e a Polícia Federal não o prendeu, não sei porquê.
P1 – Chico, o nosso tempo acabou, volta semana que vem?
FC – Não, conforme afirmei, minha velhinha está indo embora, no hospital, e a cada semana um filho mora com ela, internado também, em rodízio. Essa semana sou eu, embarco amanhã e só volto no final da outra semana. Vou continuar na rede, porque levo o notbook, mas longe do Rio. Quando eu voltar vocês me telefonam e agendamos.
P1 – Mais uma vez, não temos como agradecer, a sua presença é tudo de bom, acho que é o único programa que fica mais de uma hora sem tocar uma música e continua na liderança da audiência. Suas despedidas, por favor.
FC – Bom, gente, vamos combinar uma coisa? Da próxima vez vou falar da Lava Jato, do que não respondi, e do Aécio, mas vamos parar por aí. Vou me recusar a falar de corrupção.
Meia dúzia de larápios arrombaram a Petrobras, larápios outros arrombaram também e estão protegidos pelo judiciário e pela mídia, mas não podemos ficar discutindo só isso, é preciso uma agenda positiva, vamos discutir saúde, educação, habitação, avanços democráticos, infraestrutura... Política, vamos discutir política porque roubalheira é assunto de polícia. Um país não pode ficar parado, girando em torno de meia dúzia de ladrões identificados e centenas de ladrões por identificar.
Dia sete ponha uma fitinha verde e amarela no peito, aproveite a oportunidade para ensinar patriotismos aos seus filhos, retempere o seu orgulho de ser brasileiro.
Valeu pela sua atenção, beijão a quem de beijão, abração a quem de abração porque fui, tchau.
PONTO-1 – Hoje é dia de folga para a concorrência porque o Francisco Costa está aqui de novo, com todo mundo ligado na gente. Será que você ainda não conhece o Francisco? O homem é professor de Química e Biologia, é escritor, artista plástico, já foi presidente de sindicato, é poeta e ativista nas redes sociais, muito respeitado, por sinal.
FRANCISCO COSTA – Bom dia, Sérgio, Narjara, com essa blusinha vermelhinha, bem a calhar, bom dia, Rodrigo, bom dia Robinho, e pra você que está em casa ou no trabalho, um ótimo dia! Tudo de bom e mais!
P1 – Vou direto ao assunto: o pior da crise já passou?
FC – Que crise? Se você está falando da crise política, tudo bem. Agora, se está se referindo à crise econômica, esta ainda não me apresentaram, é coisa da mídia.
P1 – No fundo as duas crises não se embolam, se confundem?
FC – Claro que não… Se no domingo eu quero ir à praia e a minha mulher quer passar o dia na casa da mãe dela e ficamos intransigentes nas nossas posições, vamos discutir, os filhos vão tomar partido, ela vai dormir virada pra parede (risos)... Isso é uma crise de relacionamento, de política na família. Agora, se eu fico desempregado ou fico muito endividado, com quedra no padrão econômico da família, isso é uma crise econômica. São diferentes. A crise brasileira é essencialmente política.
P1 – Mas todos os índices pioraram, Francisco...
FC – Pergunte a qualquer país do mundo se quer ficar na situação do Brasil! O que há é uma crise planetária, do capitalismo, como um todo, que não tem nada de estranho ou anormal, Marx previu essas crises cíclicas como necessárias ao capital, morre gente para o dinheiro se multiplicar. Você vê, a China chegou a ter crescimento de 15%, está tentando crescer só 4% esse ano, e está difícil. A Rússia está estagnada, a Europa regrediu aos padrões de 2007, com a península Ibérica amargando taxas de desemprego de 15%, já estiveram em 21%, a nossa é menos de 8%, a metade. Os Estados Unidos tiveram uma retração de crescimento do PIB, no último trimestre, de 1,1%, nós tivemos de 0,2%, cinco vezes menor, a Grécia quebrou e quase arrastou a União Europeia, o Japão está tendo um crescimento irrisório, a migração da África para a Europa, para fugir da fome, nunca esteve tão grande, o petróleo está com os preços lá embaixo, o que reduziu drasticamente o fluxo de petrodólares para os países exportadores de minério e comida, como é o caso do Brasil... Repare que a crise é mundial, mas a nossa mídia mostra como se o mundo estivesse navegando em perfume e estivéssemos atolados na bosta. Como a única fonte de informação do brasileiro é a tevê, ele reproduz essa crença. Repare que até as guerras diminuíram, os países estão sem grana até para guerrear, negociar sai mais barato. E querem nos fazer crer que o diabo mora aqui.
P1 – Então você acha que os protestos vão diminuir.
FC – Que protestos? Olha, rapaz... Copacabana, aqui no Rio, é o bairro mais conservador e mais populoso. Mais conservador porque é o reduto da classe média alta e dos riquinhos, além de ser a região brasileira com mais idosos. A população de Copacabana é de mais de um milhão de reaças e só colocaram cinco mil nas ruas, e isso porque foram coxinhas dos subúrbios também, fez um dia de sol bonito e a galera aproveitou a praia, e foi isso em todas as cidades brasileiras, menos em São Paulo, mas que também tinha menos da metade das pessoas das manifestações anteriores.
P1 – Como é que você explica São Paulo, Francisco?
FC – São Paulo é o reduto oposicionista no Brasil, o quartel general do golpe. Lá os protestos de rua são uma política do Estado. Fazem passeatas nos domingos a tarde, hora de lazer, além de não prejudicar os lucros das empresas. O governo coloca a polícia como força auxiliar da mobilização, dando segurança, com os policiais fazendo selfie com mulheres peladas, a mesma polícia que nos outros dias barbariza nas comunidades pobres, o governador libera as catracas do metrô, ninguém paga passagem, e os organizadores contam com generosas doações do empresariado e do próprio governo paulista. Assim eu boto gente na rua até para se manifestar contra cachorro que mijou no poste (risos).
P1 – Isso explica tudo?
FC – Claro que não. São Paulo sempre foi o mais conservador dos estados. Se você estuda a história do Brasil vai ver isso, ainda hoje há diversos grupos separatistas lá, abundam nas redes sociais as postagens com a proposta da região sul se independer, se separar do Brasil. Na ditadura militar a maior repressão foi em São Paulo, lá aconteceu a operação Bandeirantes, Fleury era de lá, o trânsito de informações e trocas de presos políticos não acontecia entre Buenos Aires, Santiago, Assunção, Lima... E Brasília, mas entre essas cidades latino americanas e São Paulo. O então Segundo Exército, da região sul, liderada por São Paulo, era o mais temido, além do nível de educação baixíssimo, em relação aos demais estados.
P1 – Você acha o nível da educação paulista baixo?
FC – Claro, coerente com o capitalismo selvagem de São Paulo. Quanto maior o proletariado, mais iletrado, para dificultar a reação. O PSDB está no poder a 20 anos lá, quantas universidades construiu? Nenhuma. Quantas penitenciárias, depósitos de pobres infratores? Treze. Querem emancipar o trabalhador ou mantê-lo cativo? Na presidência da república, FHC, carioca por acidente, já que foi criado em São Paulo, tem a vida acadêmica lá e lá fez a carreira política, em oito anos de governo fez quantas universidades federais? Nenhuma. O PT fez 18. Quantas escolas técnicas de ensino médio FHC fez? Onze, o PT fez mais de duzentas. Que partido tem a preocupação com a elevação do nível do proletariado?
A sede dos interesses burgueses, a Fiesp, está em São Paulo, o partido porta voz dos interesses burgueses, o PSDB, tem a sua sede e os seus políticos mais expressivos em São Paulo, então nada mais natural que o proletariado mais alienado seja o paulista.
P1 – O que se vê é que há uma desmobilização do povo, em relação às hostilidades ao governo, enquanto que no plano político, entre os políticos ela aumenta. Com é que você explica isso?
FC – O povo não é bobo, é iludido num primeiro momento, mas logo cai em si. A oposição e a mídia tentaram pintar um quadro de nesse governo só tem ladrão, é uma quadrilha organizada, e a resposta foi que temos ladrões entre nós sim, porque onde houver seres humanos haverá ladrões, mas a quantidade de ladrões na oposição é muito maior, já que eles têm no saque ao estado uma política de governo.
A nossa Dama de Ferro deu a ordem: apure-se, doa a quem doer, até não ficar pedra sobre pedra. A mídia internacional foi pródiga em elogios a ela, porque em nenhum momento, nem quando tentaram promover um desmonte do partido do governo, ela moveu uma palha para impedir, ou pelo menos influenciar em decisões, certa de que a meia dúzia dos nossos tinha a correspondência em centenas deles, entre eles, na oposição.
E aí o que ficamos sabendo? Que o Juiz Sérgio Fernando Moro já advogou para tucanos, uma quadrilha paranaense que desviou mais de meio bilhão dos cofres públicos e ganhou a questão, sem que ninguém fosse preso ou o dinheiro ressarcido. Descobriu-se que ele, Youssef e o Senador Álvaro Dias são amigos de longa data, já que os três residem em Maringá, município paranaense. Ficamos sabendo que no passado ele já julgou Youssef, pelos mesmo motivos que está julgando agora. Ficamos sabendo que uma das principais peças de acusação, na Lava Jato, é o suplente do Álvaro Dias. A esposa do Moro advoga para o PSDB, o que o faz parte interessada no processo, além da possibilidade de receber informações privilegiadas, fora dos autos do processo. Além de advogar para o PSDB, a moça advoga para a Shell, concorrente direta da Petrobras e que lucra, e muito, com a fragilização econômica da estatal, o que faz o Moro parte interessada no processo.
Ora, de um juiz o mínimo que se exige é que não seja parte interessada no processo, que tenha isenção, senão, ao invés de arbitrar estará tomando partido, condenando por antecipação.
P1 – Já estão se acumulando telefonemas e e-mails... José Luis, é estudante de direito, mora na Barra, afirmou que os petistas acusam a oposição de roubar, mas que ficam nisso, sem provar.
FC – Zé Luis, você, como estudante de direito, sabe que as apurações partem de acusações ou de indícios, e que as sentenças são dadas em cima de provas, que podem ser materiais, factuais ou testemunhais.
Comecemos pelos indícios: você sabe que FHC tem um apartamento na área mais nobre de Paris, avaliado em onze milhões de euros, conforme declarações dele à Receita Federal e em entrevistas, além de uma fazendona, no município mineiro de Buritis, que ele comprou de sociedade com o falecido Sérgio Motta. Vamos esquecer os outros imóveis de FHC e ficar só nesses dois. Some o valor dos dois, agora some o salário de presidente da república com o de professor universitário. Somou? Agora divida o valor dos imóveis pela soma dos salários. Somou? O resultado é que para ter só uma parte do que tem deveria ter trabalhado quase quatrocentos anos.
Convenhamos que FHC está um velho gagá, mas será que ele tem quase meio milênio de idade ou roubou?
Nessa fazendinha dele com os herdeiros do Serjão tem um aeroporto do tamanho do Aeroporto Santos Dumont, que serve à ponte aérea Rio-São Paulo, doado pela empreiteira Camargo Correa. Foi doação ou investimento? Olha que interessante: no governo FHC a Camargo Correa ganhou praticamente todas as licitações de grandes obras públicas e mais as que foram contratadas sem licitação, daí a Odebrecht ter apoiado a candidatura Lula. Desenho?
E já que estamos falando em aeroportos... Aécio Neves construiu dois aeroportos, no município de Cláudio, em terrar particulares, do tio dele, com dinheiro público, além de ter reformado um aeroporto que nunca existiu nem existe, em outro município, que não me recordo agora.
Quando foi acusado de ter desviado dinheiro público se defendeu mostrando um documento de perícia e licenciamento, da Anac, que foi aceito pela justiça.
Primeiro: o que é que a Anac tem a ver com verbas públicas? Quer dizer que se eu assaltar um banco, comprar um imóvel e ele for registrado no Registro Geral de Imóveis o assalto se tornou lícito?
Segundo: imaginem o que é uma perícia de um aeroporto: localização, segurança para pousos e decolagens, trânsito de pessoas e veículos terrestres, segurança, licença ambiental, licença do corpo de bombeiros... E essa perícia foi feita em 24 horas, resultando em um laudo de menos de uma uma página de papel ofício.
O meu nobre Zé Luis não consegue ver indícios de mutretagem?
Peguei dois casos. Quer mais dez, mais vinte?
P1 – Fale agora no...
FC – Pera aí, deixa eu terminar de esclarecer o Zé: você sabe que existem indícios diretos e indiretos. Os dois que citei são diretos, agora vamos aos indiretos: você sabe que foram descobertas mais de cem mil contas secretas, com dinheiro de origem suja, no HSBC suíço. Dessas, mais de oito mil são de brasileiros, segundo a imprensa francesa, a maioria aberta e mais alimentadas, quer dizer, com mais depósitos, no período das privatizações de FHC. Houve a proposta de se criar uma CPI, para apurar direitinho. O PSDB e o Dem se recusaram a assinar. Dá para entender isso?
Calcula-se que haja um trilhão e duzentos bilhões de reais de brasileiros espalhados em contas secretas, mundo a fora, principalmente nos paraísos fiscais. O governo fez a seguinte proposta: essa grana é repatriada, quer dizer, volta para cá, e os donos dela pagam um terço, em impostos, lavando essa fortuna. Só o PSDB e o Dem são contra. Dá para entender isso?
Se essa grana fosse repatriada renderia quatrocentos bilhões aos cofres públicos, cinco vezes mais do que a Dilma está poupando, com o ajuste fiscal que está nos arrochando.
É praticamente unanimidade que o financiamento empresarial de campanha é o pai da corrupção política e das leis contrárias aos interesses do povo brasileiro, no entanto o PSDB e o Dem, além de parte do PMDB, a bancada evangélica e a dos ruralistas, votaram a favor da manutenção dessa bosta.
P1 – Ontem foi recusada no Senado.
FC – Sim, mas a guerra não terminou, volta para a Câmara. O que o Zé Luis teria a me dizer desses indícios indiretos?
P1 – Suas respostas são longas... Olha a pilha de telefonemas e a fila de mensagens.
FC – Separa por assunto, padeço de didatismo, doença dos velhos professores e que os de agora perderam (risos). Vou procurar ser mais breve, mas são tantos gatunos do lado de lá que a gente demora contando (mais risos). Manda bala!
P1 – Escolhe: a censura que você sofreu no Facebook, a inoperância da justiça, a cheiração do Aécio (risos)... E um montão da Lava Jato.
P1 – Falei dos indícios e não falei das provas da corrupção tucana, mas tudo bem. Repara que a política, no Brasil, hoje, se reduziu à corrupção, ninguém pergunta nada que não diga respeito à roubalheira. Como diz aquele pedófilo paulista, “isto é uma vergonha!”.
P1 – Ele é pedófilo?
FC - Sim, todos os jornalistas sabem disso. Já o acusaram publicamente, em mais de uma vez, e ele ficou quietinho.
P1 – Vai começar por onde?
FC – Escolhe aí, vocês é que sabem.
P1 – Do Aécio, adoro ver você bater.
FC – (rindo muito) Vocês são sádicos, deixa o Popó em paz! (risos)
P1 – Fala da censura primeiro.
FC – Foi no dia nove do mês passado, véspera da micareta dos coxinhas. O Moro, aquele juiz da Lava Jato, postou que “sempre que houver conflito entre a lei e a justiça, fique com a justiça”. Como foi postado nas páginas de direita, poucos companheiros tiveram acesso, e os que tiveram não agiram com malícia, o que Moro quis dizer foi: “juridicamente não temos como derrubar a Dilma, mas amanhã, nas ruas, vocês podem fazer isso”.
Imediatamente fui à página dele e descasquei, chamando-o de golpista, perguntando se era com essa isenção que ele estava fazendo prisões de gente ligada ao governo, chamando-o de tucano... E esperei as consequências, certo de que ele me processaria ou até me mandaria prender, mas não foi o que aconteceu.
Imediatamente sofri um ataque de hackeres de doido. O que os caras fizeram! Entraram nas páginas dos fascistas mais animalizados e, em nome deles, me pediram amizade. Inocentemente aceitei, o bastante para chover palavrões, agressões no bate papo. Minha mãe em coma, em estado terminal, num hospital, e os caras dizendo que a comeram, chamando de puta. Em meu nome, pediram amizades e vieram à minha página, para ofender. Ao mesmo tempo o meu anti vírus enlouqueceu, tamanho foi o ataque. Mandaram desde os vírus de ebola e AIDS até aquele que atacou o Agripino e o Feliciano, o vírus de bruços (gargalhada geral)... E recebi comunicado da administração do Face que eles bloqueariam a minha página para a minha proteção.
Tudo bem. Fiquei sem poder postar e comentar e com o chat desativado, mas com acesso à página. De repente a página apagou de todo, e fiquei apavorado: ou os hackeres detonaram a minha página ou o Facebook me baniu de vez da rede.
No dia seguinte a página voltou, mas ainda bloqueada, e tentei desbloqueá-la: pediram para identificar aquelas letrinhas boiolas, mas escolheram as mais difíceis do arquivo, e consegui. Depois pediram para que eu identificasse cinco companheiros que eles postariam a foto de perfil, uma doideira: tenho quatro mil amigos, trocam de fotos a toda hora, postam figuras, ao invés das próprias fotos... Mas mesmo assim consegui identificar quatro e um eu chutei. A seguir pediram que eu escaneasse um documento meu com minha foto e os números da identidade e do CPF, e achei muito: se eu estava sendo atacado por hackeres, como ia dar uma cópia dos meus documentos? A página apagou de novo.
Através do Google tentei contato com a administração do Face, diversas vezes, para saber o que estava acontecendo, sem obter resposta.
No dia quinze, véspera das manifestações anti golpe, eu comentei com os meus filhos que ou eu tinha sido expulso da rede ou estava sob censura, que se estivesse sob censura assim que os ânimos acalmassem, que parassem de falar de passeatas, eles iriam me devolver a página.
No dia vinte, quatro dias depois da passeata, a minha página voltou, mas ainda bloqueada, e parti para o desbloqueio: decifrei as letrinhas, de tão fácil decifração que o meu filho de sete anos conseguiria, e parti para a identificação dos amigos. Só consegui identificar dois, dos cinco, na verdade sete, porque pulei dois.
Ora, matematicamente a minha chance de ter chutado certo foi de uma em cento e vinte e cinco, o mesmo que acertar os bichos que vão dar na cabeça, por três dias seguidos, o que me deu a certeza de não recuperar mais a página, quando apareceu lá: parabéns, você recuperou a sua página (risada geral). Tentei ir na página do Moro, para cobrar dele, mas ele já a tinha me bloqueado.
Não parece que foi sacanagem?
P1 – Não, nem um pouco (risos). Chegou um e-mail irado, te espinafrando, lê?
FC – Claro.
P1 – “Minha decepção com vocês só aumenta, agora arranjaram um petralha de elite para defender ladrões. Porque ele não fala que o partidinho dele está acabando com o país? Parabéns a vocês, que antes entrevistavam a esquerda mortadela e agora estão entrevistando a esquerda caviar.” Márcio, aqui da Barra. Vai responder ou passa batido?
FC – Comigo só passa batido café frio e mulher idem, é claro que vou responder.
Marcinho, meu menino (ironia pura), Itamar Franco entregou a oitava economia do mundo, ao seu querido FHC. Em oito anos caímos de oitava para décima sexta economia, com três empréstimos ao FMI.
Em onze anos, com os petralhas Lula e Dilma, avançamos de décima sexta para sétima economia, uma sacanagem dos petralhas.
FHC pegou um PIB de mais ou menos 700 bilhões. Oito anos depois passou para o Lula um PIB de um e meio trilhão. Parabéns para FHC, que levou oito anos para dobrar o PIB.
Aí veio aquele paraíba analfabeto, pau de arara e, em oito anos, elevou o trilhão e meio de FHC para quase quatro trilhões, quase triplicando, e entregou esse PIB pra mulher.
Quatro anos depois, mulher é bicho muito incompetente, por isso falam tão mal delas, ela elevou para cinco trilhões e meio.
Concordo, Marcinho, os petralhas estão destruindo o país.
Agora vamos às reservas cambiais, Marcinho, aquela graninhha que fica depositada no exterior, diferença entre o que se pagou pelas importações e o que se recebeu pelas exportações, uma espécie de poupança de emergência, que nos evita de Banco Mundial, FMI, moratórias e etc: FHC passou para o Lula uma reserva de mais ou menos dezesseis bilhões. Oito anos depois Lula passou quase duzentos e noventa bilhões de reservas cambiais, para Dilma, quer dizer, multiplicou por dezessete, sacanagem, né? E Dilma pegou esses duzentos e noventa bilhões e, quatro anos depois, as nossas reservas cambiais são, hoje, de trezentos e oitenta bilhões, com toda a crise internacional diminuindo o nosso volume de exportações. Esses petralhas...
Quer que eu compare as taxas de desemprego, as da inflação?
Você vê esse povo reclamando da gasolina, é realmente uma sacanagem, em 2002 o FHC passou um salário mínimo de duzentos reais e a gasolina custando dois reais, ao Lula, o que quer dizer que com um salário mínimo você comprava cem litros de gasolina, mas vou lhe ajudar e colocar a gasolina a quatro reais o litro, mais caro do quem está custando, e vou diminuir o salário mínimo, botar em setecentos e vinte reais, o que quer dizer que com um salário mínimo você compra praticamente o dobro da gasolina que comprava nos áureos tempos do seu herói.
Outra coisa, menininho, do dia em que FHC tomou posse a primeira vez até a posse do Lula, nos oito anos tucanos, o aumento acumulado da gasolina foi de duzentos e oitenta por cento; da primeira posse do Lula até hoje, onze anos depois, ainda não chegou a cem por cento. Porque choras?
Vamos sair da macro economia, quer que eu fale da micro? Aí a covardia aumenta.
Lembra que a dois anos atrás você dizia que Pasadena foi um roubo, que fomos enganados, que houve superfaturamento, que Dilma sabia? Pois é, você não fala mais nisso, sabe por quê? Porque a Globo não fala, descobriram que Pasadena está dando lucro e vai se pagar entre quatro e seis anos, temos uma refinaria nos States e os States não têm uma aqui.
A um ano atrás você estava escandalizado por termos emprestado um bilhão a Cuba, para a construção do porto de Mariel, e agora não se fala mais nisso. Sabe porque, Marcinho? Os Estados Unidos, a Inglaterra e a Alemanha estão entrando em Cuba e nos encontrando lá, antes corríamos atrás dos concorrentes, agora eles que correm atrás de nós. Por isso a Globo esqueceu Mariel, e você também.
A dois meses atrás, você estava no coro da Petrobras está falida, faliu, é melhor vender antes que acabe, os petralhas estão roubando tudo. Agora você não dá um pio, nem a Globo, sabe por quê? A Petrobras recuperou setenta e três por cento do seu patrimônio, em dois meses, e voltou a ser a primeira do mundo.
Chega? Marcinho, política se faz com informações, profissão de fé é coisa de religião e vocês professam a fé de que o neoliberalismo é o paraíso e o resto é o inferno, cegamente, como qualquer fanático religioso, e aí babam ódio em cima dos petistas como os carolas babam ódio no demônio, só que política não é religião.
Mas não me esqueci que você me chamou de esquerda caviar. Sou professor aposentado, classe mérdia. Classe mérdia é aquela classe intermediária, onde os seus integrantes têm os pés na bosta e a cabeça nas nuvens do consumo. Só que há dois tipos de classe média: o que tem consciência e se sabe com os pés na bosta, e por isso mesmo solidário com os que ainda estão inteiramente na bosta, e os alienados, que pensam estar inteiramente nas nuvens, sem saberem que sobre as suas costas estão os ricos, fazendo peso, afundando cada vez mais os pés do alienado na bosta.
P1 – Quantos HDs externos a tua cabeça tem? Você tem tudo aí armazenado, caracas!
Enquanto você falava chegaram quatro telefonemas com a mesma coisa: porque vocês, petistas, insistem em comparar o governo atual com o de FHC.
FC – Veja bem, não se trata de comparar FHC com Lula ou com a Dilma. Quando FHC governou nada mais fez que cumprir o programa neoliberal do PSDB. Fosse Serra, Alkimin ou Aécio teria sido mais ou menos a mesma coisa. Já Lula e Dilma cumprem o programa progressista, social democrata, do PT. Dilma saindo, voltando Lula ou outro qualquer, não vou citar nomes para não dizerem que tenho preferência, a caravana continua na mesma rota, se sair a militância obriga a voltar, é só você ver a reação da galera em relação às medidas neoliberais do Joaquim Levy, o PT é o único partido onde as lideranças têm uma ligação orgânica com a militância de base.
Vivemos num bipartidarismo e não há como sair, pelo menos imediatamente. Ainda que o PMDB chegue ao poder, se aliará ao PSDB, então quando comparamos Lula e Dilma ao FHC, na verdade estamos comparando as doutrinas e procedimentos do neoliberalismo e da social democracia, as duas alternativas para o Brasil, hoje. É isso aí.
P1 – Faltam pouco mais de dez minutos para o programa acabar e tem umas cinquenta perguntas dos ouvintes... Mais? A Narjara falou que tem mais, estão reclamando que você não falou do Aécio, das provas na Lava Jato, contra o PSDB... Que mais? Tem perguntas para dez programas, você fala pelos cotovelos.
FC – (rindo) Não há como ser sucinto. Quando você entrevista celebridades, dá: nas férias você vai pra Cancun ou Disney? Quantos discos já vendeu? Qual vai ser a sua próxima novela? Qual é a sua altura, quanto pesa?... Mas quando é política, filosofia, ciência ou religião complica, você tem que se fazer entender, esgotar o assunto.
Brizola e Darcy Ribeiro é que eram os terrores dos entrevistadores, eles faziam a primeira pergunta e os dois faziam uma palestra em cima, virava entrevista de uma pergunta só, dois gênios.
P1 – Você chegou a se relacionar com o Darcy, não foi?
FC – Me relacionar, não. Foi numa palestra do Darcy, na SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na UERJ, um índio peruano me confundiu, por causa do meu aspecto físico, e me chamou de patrício, pensando que eu era índio também, sou neto, o Darcy riu e quando terminou a palestra começamos uma conversa rápida, ele gostou da minha postura na palestra, me deu o telefone dele mas nunca liguei, quem tem um pouco mais de intimidade comigo sabe: por incrível que pareça, eu sou tímido, só me solto no microfone ou diante de muita gente, no cara a cara é brabo.
P1 – Com as mulheres também? (risos)
FC – Também. A abordagem, pra mim, sempre foi um suplício. (risos)
P1 – E o Brizola?
FC – Não, nunca o o vi de perto. Vi Fidel mas não vi Brizola, engraçado, não?
P1 – Fidel?
FC - Sim, eu acho que já contei aqui. Nós estávamos em greve, e eu estava no microfone, no Humaitá que, vocês sabem, liga o centro da cidade à Zona Sul, Copacabana e Ipanema, Barra, então tem um trânsito muito intenso, lento. Enquanto eu fazia a minha falação ouvi as sirenes das motos, e a primeira coisa que a gente pensa, trauma da ditadura, é repressão, mas percebi que as motos estavam com bandeirinhas brasileiras e cubanas, era escolta de alguém, e veio o carro de Fidel, com ele acenando para nós e rindo, possivelmente por ter lido as nossas faixas.
Engoli em seco, os companheiros perceberam que eu estva próximo de chorar, choro até de atropelamento de cachorro (risos), e só balbuciei, emocionado: é o comandante, é o Fidel. Um companheiro mais atirado pegou o microfone e começou a gritar “salve comandante, a América te agradece”, foi isso.
P1 – Lula.
FC – Fiquei a pouco mais de um metro dele, na ABI, a dois meses atrás, e a vontade de abraçar foi enorme, mas a timidez não deixou, e o aparato de segurança, do próprio partido, talvez não deixaria. Além do político, Lula me emociona muito, e aos meus irmãos, porque ele é muito parecido, fisicamente, com o meu falecido pai, lembra muito.
O que me espantou, de imediato é que ele é baixinho (risos), e estava muito assustado, inseguro.
Politicamente o Lula continua o líder seguro de sempre, mas fisicamente se sente acuado, está muito ameaçado, ele sabe disso, e se sente pouco a vontade em áreas abertas.
Até na net, tem um grupo que prega abertamente o assassinato do Lula, já teve centenas, milhares de denúncias, e a administração do Face diz não violar as normas da rede e fica no zero a zero. Porque chamei o Moro de golpista fui bloqueado por uma semana, dizer que vai matar o Lula pode, igual a esse advogado nazista que ameaçou matar a Dilma, dizendo até a hora e o local, no dia sete de setembro, durante a parada militar, e a Polícia Federal não o prendeu, não sei porquê.
P1 – Chico, o nosso tempo acabou, volta semana que vem?
FC – Não, conforme afirmei, minha velhinha está indo embora, no hospital, e a cada semana um filho mora com ela, internado também, em rodízio. Essa semana sou eu, embarco amanhã e só volto no final da outra semana. Vou continuar na rede, porque levo o notbook, mas longe do Rio. Quando eu voltar vocês me telefonam e agendamos.
P1 – Mais uma vez, não temos como agradecer, a sua presença é tudo de bom, acho que é o único programa que fica mais de uma hora sem tocar uma música e continua na liderança da audiência. Suas despedidas, por favor.
FC – Bom, gente, vamos combinar uma coisa? Da próxima vez vou falar da Lava Jato, do que não respondi, e do Aécio, mas vamos parar por aí. Vou me recusar a falar de corrupção.
Meia dúzia de larápios arrombaram a Petrobras, larápios outros arrombaram também e estão protegidos pelo judiciário e pela mídia, mas não podemos ficar discutindo só isso, é preciso uma agenda positiva, vamos discutir saúde, educação, habitação, avanços democráticos, infraestrutura... Política, vamos discutir política porque roubalheira é assunto de polícia. Um país não pode ficar parado, girando em torno de meia dúzia de ladrões identificados e centenas de ladrões por identificar.
Dia sete ponha uma fitinha verde e amarela no peito, aproveite a oportunidade para ensinar patriotismos aos seus filhos, retempere o seu orgulho de ser brasileiro.
Valeu pela sua atenção, beijão a quem de beijão, abração a quem de abração porque fui, tchau.
Rio de Janeiro, RJ, 04/09/2015.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
ATENÇÃO POVO ITAMBEENSES
ELEIÇÃO PARA CONSELHO TUTELAR
NO COLEGIO OLAVO BILAC
DIA 04 DE OUTUBRO DE 2015
,SOU CANDIDATA A REELEIÇÃO PARA CONSELHEIRA TUTELAR,CONTO COM SEU VOTO,DESDE JÁ OBRIGADA.
DEISE MORESQUI
ELEIÇÃO PARA CONSELHO TUTELAR
NO COLEGIO OLAVO BILAC
DIA 04 DE OUTUBRO DE 2015
,SOU CANDIDATA A REELEIÇÃO PARA CONSELHEIRA TUTELAR,CONTO COM SEU VOTO,DESDE JÁ OBRIGADA.
DEISE MORESQUI
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