Dilma na Suécia, ultimando os últimos detalhes da compra de 36 caças Gripen NG, para equipar a FAB, em substituição aos já obsoletos Phantons, norte americanos, e Mirages, franceses.
E a coxada posta e comenta sentando o pau, sem ter a mínima noção do que está acontecendo e porque está acontecendo.
Comecemos lá atrás: FHC rigorosamente não comprou nenhum equipamento novo para as Forças Armadas, nada.
Pelo contrário, nos quartéis cumpria-se meio expediente, para cortar despesas, a começar pelo rancho (alimentação dos militares), reduzindo-se as chamadas manobras (exercícios de guerra) e o número de saltos de paraquedistas.
Basta conversar com os militares antigos, para confirmar.
Por essa época um Boing antigo servia à Presidência da República, o famoso “Sucatão”, até que ele quase caiu, com o então Vice Presidente, Marco Maciel, a bordo.
FHC, acertadamente, o desativou (muito tempo de uso), mas, seguindo o princípio neoliberal do Estado não ter nada, não comprou outro, passando a usar aviões fretados de companhias particulares.
Lula tomou posse e, com a FAB refazendo contas, percebeu que era muito mais caro o fretamento que a manutenção de uma aeronave presidencial, e comprou o Airbus A319, que foi totalmente modificado, com suíte presidencial a bordo, uma UTI completa, sala de reuniões totalmente a prova de escutas... O famoso Aerolula, com a cara de uma potência emergente.
Ao lado disso, Lula reequipou o Exército, substituindo todos os veículos leves, tanto de transporte de tropas (caminhões e jipes) quanto de ataque/defesa, blindados, além das armas portáteis, de uso pessoal, como rifles, pistolas e metralhadoras.
Ficaram faltando os tanques e estamos negociando com a Rússia, que fabrica os mais modernos e eficientes tanques do mundo.
A Marinha foi também reequipada, com as tropas em terra ganhando os mesmos equipamentos do Exército, além de quatro submarinos convencionais (diesel/eletricidade) e o nosso primeiro submarino atômico, com corpo francês e reator cem por cento brasileiro, que está sendo construído na França.
Ficou faltando a Aeronáutica, que também foi modernizada em solo, mas que continuou com aviões ultrapassados, sem peças de reposição (para cada Mirage voando há quatro Mirages canibalizados (desmontados, para fornecer peças ao que voa).
E Dilma cumpriu a promessa feita por Lula aos nossos militares da FAB: compraremos aviões novos, de ponta.
Agora a coxada pula como pipoca com a bunda no fundo da panela quente.
Vou responder a cada um dos argumentos que já li nas postagens e comentários:
1) Porque aviões suecos e não norte americanos ou franceses, como antes?
Os modernos caças, seja pela sofisticação dos sistemas de defesa em terra e no ar, todos eletrônicos, seja pela velocidade que desenvolvem, exigindo manobras quase que instantâneas, mais rápidas que a percepção visual do piloto e dos seus reflexos, são praticamente complexos computadores com asas, onde o piloto é o operador.
Isso trás dois inconvenientes, quando são importados: o importador não domina a tecnologia e fica refém do fabricante (não é mais como antigamente, com os aviões de motores a explosão – hélices, quando os proprietários dos aviões faziam a manutenção, como se fossem carros), e, a segunda: o país fornecedor, conhecendo o sistema operacional da aeronave, pode derrubá-la sem um tiro, bastando interferir no sistema eletrônico da mesma, seja emitindo ordens conflitantes, para a máquina, ou contaminando com vírus, exatamente como nos nossos PC domésticos.
Os norte americanos e franceses não transferem know how, isto é, conhecimento da tecnologia deles, e muito menos admitem produzir suas armas fora dos territórios nacionais deles, o que nos deixa absolutamente dependentes e vulneráveis.
2) Que vantagens temos, nesse negócio com os suecos?
A primeira delas é nos livrarmos dos norte americanos e franceses, concorrentes diretos, nossos, no mercado externo, inclusive de aviões, além de estarmos coerentes com a nossa reorientação de política externa, aliando-nos aos Brics e aos países latinos americanos, buscando nos livrar do colonialismo.
A segunda é que os fabricantes dos caças montarão uma fábrica no Brasil, em consórcio conosco, o que nos permitirá mais que absorver tecnologia, desenvolver a nossa própria tecnologia, fabricando mais caças e peças de reposição aqui, além de nos transformar em exportadores de aviões militares, já que só produzimos e exportamos aviões civis, de pequeno e médio portes.
A terceira é que são mais baratos que Phantons (USA) e Mirages (França).
Fica faltando responder a duas perguntas: 3) esses aviões são bons mesmo? E, 4) Porque estão custando mais caros pra nós que para os outros compradores? Foi um contrato ruim ou há corrupção na parada? Responderei logo mais, porque o artigo já está enorme, embora menor que as nossas gloriosas Forças Armadas, entre as dez mais poderosas do planeta, em contingente, operacionalidade e poder de fogo, prontas para defender o nosso território, a nós mesmos e as nossas riquezas.
Francisco Costa
Macaé, RJ, 21/15/2015.
Nas fotos, um Grinpen visto de lado e por baixo, municiado.

Francisco Costa

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