A QUEM SERVE O SR. SÉRGIO FERNANDO MORO?
Já perdi as contas da quantidade de artigos em que afirmei que a nossa “crise” e o “combate à corrupção” vão além da dor de corno, da direita, por ter perdido a quarta eleição consecutiva, ou do baixo nível político e intelectual que o país atravessa, sendo articuladas e orientadas do exterior.
Há pelo menos um ano vivemos a tentativa de um golpe, nos moldes paraguaios, pela via jurídica.
Na Argentina não estava diferente, mas a mídia e as lideranças de direita conseguiram o que não estão conseguindo aqui, e o projeto multinacional é de “golpe branco”, com máscara de decisão democrática, pela via jurídica, em todo o continente.
Não fosse assim, a direita paraguaia não teria sido poupada e preservada, a direita argentina, poupada e preservada, a direita brasileira, poupada e preservada (quantas denúncias há, na Lava Jato, contra Aécio, FHC, Aloysio, Álvaro Dias... A Zelotes foi desvirtuada, quando esbarrou na direita. A lista de Furnas continua ignorada. Eduardo Cunha está blindado pela direita. E a até o triplex do Lula caiu no esquecimento, quando descobriram que é de laranjas da Globo e de montes de tucanos e empresários ligados aos honestos tucanos...).
Se não preservarem a corrupta direita, quem os servirá?
Um procurador que nada tinha a ver com a Lava Jato, a partir de matéria publicada na revista Veja, um dos instrumentos do golpe, abriu processo investigatório contra Lula e esposa, não distribuindo o processo, conforme determina a lei, mas avocando a si a investigação, adiantando, via Veja, que indiciaria o ex presidente e esposa, antes mesmo de ouvi-los (na opinião desse humilde escriba, uma pena, Lula já sabia que o ap. era dos laranjas dos Marinhos, ia tripudiar sobre o procurador, com tudo só servindo para produzir imagens a serem usadas pela mídia e os seus coxinhas amestrados, nas redes sociais).
Interessante é que Moro, que só tem jurisdição sobre Curitiba, tão logo soube da manobra do Ministério Público paulista, apensou tudo na Lava Jato.
Mas há uma coincidência não tão coincidência assim: tramita o Projeto de Lei do Senado número 131 (PLS 131), que revoga a obrigatoriedade da Petrobras ter participação no PreSal, projeto do adido comercial norte americano José Serra.
E onde está a coincidência? O excelentíssimo procurador do Ministério Público de Saint Paul, marcou a audiência do Lula para o exato momento em que esta matéria serrando a soberania nacional sobre as nossas reservas de petróleo estaria sendo votada, com os holofotes da mídia mundial voltados para Saint Paul, a opinião pública brasileira voltada para Saint Paul, a militância nacionalista, de esquerda, atenta a Saint Paul.
Esta votação no Senado seria tão importante que o presidente da multinacional Shell se deslocou da Europa e veio assistir tudo in loco, na galeria do Senado, frustrando-se, já que não houve votação, com a pauta trancada, por causa da apresentação de uma Medida Provisória(MP), de autoria de um petista.
E há ainda uma segunda coincidência: a esposa do Sr. Fernando Moro, o que está destruindo a Petrobras, é advogada da Shell.
Porque destruindo? Na prática, na medida em que inviabiliza as empreiteiras que prestam serviço à estatal (já há denúncias, de funcionários da Petrobras, que a bagunça com a Odebrecht, em Curitiba, ameaça a segurança das plataformas, no litoral fluminense, com riscos de vazamentos e desastres ecológicos).
Não bastasse o desmonte da empresa, nos mesmos moldes em que FHC agiu, com o nosso sistema de telecomunicações e com a Vale do Rio Doce, antes de privatizar, há a sua desmoralização, preparando a opinião pública brasileira para aceitar passivamente a venda de toda a empresa.
Embora o Sr. Moro e a Sra. em questão neguem a prestação de serviço da primeira dama do fórum curitibano, o que corre a boca pequena é que ela não é advogada da Shell, mas procuradora da Shell.
Para averiguar isso, o PT pediu ao STF a quebra dos sigilos da senhora, para que se soubesse que tipo de serviço ela presta à Shell e qual é a sua remuneração, se é que ela trabalha para a Shell.
O marido articulou com Gilmar Mendes e o pleito do PT foi negado, sem que entendamos o que têm a esconder.
Será que tudo isto está acontecendo por acaso, que as coincidências estão acontecendo por obra e graça do Espírito Santo, ou há um bem articulado planejamento por trás?
É princípio básico na magistratura que se um juiz é parte num processo ou tenha pessoa próxima como parte interessada num processo, este fica automaticamente inabilitado para conduzir o processo.
Amanhã falarei do estrago que a Lava Jato está fazendo na nossa tecnologia de ponta, se a censura cibernética deixar.
Francisco Costa
Rio, 18/02/2016.
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