24/04/2014

Paulo Boldrini mantinha contato com o pai do menino, Leandro Boldrini.
Médico, madrasta e amiga do casal são suspeitos do crime no RS.


O tio do menino Bernardo, irmão do pai do garoto de 11 anos, acredita na inocência de Leandro Boldrini. Paulo Boldrini tinha contato frequente com o médico, que está preso por suspeita do crime. Além dele, a madrasta Graciele Ugolini, e a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga da mulher, também estão detidas temporariamente por suposto envolvimento na morte da criança.
“Pelo o que conheço o meu irmão, ele jamais faria isso daí. Tanto é que as investigações estão encontrando muitas dificuldades para tentar incriminar ele”, afirmou Paulo Boldrini, como mostra reportagem do Bom Dia Rio Grande, programa da RBS TV
O menino de 11 anos foi encontrado no dia 14 deste mês enterrado em uma cova rasa em um matagal de Frederico Westphalen, cidade a cerca de 80 km de Três Passos, na Região Norte do Rio Grande do Sul, onde a criança residia com a família: o pai, a madrasta e a irmã de um ano de idade, filha do casal. O corpo estava em estado avançado de decomposição. Ele estava desaparecido desde o dia 4 de abril.

 Delegada caso Bernardo Boldrini Três Passos (Foto: Fabio Almeida/RBS TV)
Delegada pedirá prorrogação da prisão temporária
A Polícia Civil anunciou que irá pedir a prorrogação da prisão temporária dos três suspeitos do crime. A delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pelo inquérito, anunciou na quarta-feira (23) que pedirá à Justiça a prorrogação do prazo limite de 30 dias para concluir o inquérito sobre a morte de Bernardo. O motivo é a demora dos laudos da perícia, que impede a conclusão do inquérito policial.
Segundo ela, enquanto isso o caso não pode ser finalizado porque "não irão chegar a tempo" informações importantes contidas nos laudos da perícia. “Enquanto eu não fechar, enquanto eu não concluir 100% a investigação, eu não descarto nada. A polícia não pode descartar a participação de terceiros, de um quarto, de um quinto, enquanto eu não fechar o inquérito policial”, sustenta.
Defesa
Enquanto prossegue a investigação, os advogados dos três suspeitas articulam suas estratégias de defesa. A amiga do casal havia confessado participação no crime, mas agora mudou a versão pra polícia. “Ela me diz o seguinte: ‘Quando ela me mostrou o menino morto, ela disse para mim, agora tu me ajuda, ou eu vou fazer isso, vou fazer aquilo contigo, tu vai ter que me ajudar’ [sobre Graciele]. E ao exercer uma pressão psicológica tamanha sobre a Edelvania, a Edelvania se submeteu a participar dessa aberração”, afirmou o advogado Demetryus Eugenio Grapiglia.

No início da semana, ocorreu o primeiro contato entre a madrasta e o advogado constituído por ela. Segundo o defensor Vanderlei Pompeo de Matos, a conversa ocorreu na segunda-feira (21), no presídio onde está detida, e foi rápida. De acordo com o advogado, a Graciele está "muito abalada" e permaneceu em silêncio ao ser interrogada pela delegada.
A defesa do pai do menino já tomou algumas providências. O advogado Jader Marques, levou à polícia de Três Passos na manhã de quarta-feira (23) o telefone celular do seu cliente para que seja usado nas investigações. Ele entregou também uma requisição para que sejam ouvidos três policiais que participaram da prisão de Leandro.
Já o pedido do advogado do médico, de transferir a investigação e eventual processo para Frederico Westphalen, onde o corpo foi localizado, foi negado pela Justiça. Com isso, o caso continua sob os cuidados da Comarca de Três Passos. Nos próximos dias, a polícia vai seguir ouvindo novos depoimentos para tentar descobrir qual foi a participação de cada um dos suspeitos e identificar se houve o envolvimento de uma quarta pessoa.
  Pá cavador terra bernardo TrÊs Passos (Foto: Caetanno Freitas/G1)
Pá, cavadora manual e resíduos de terra serão
Peritos do IGP vão a Três Passos
Um reforço pode ter chegado nesta semana a Três Passospara auxiliar no caso. Pelo menos três novos peritos já estão instalados em um hotel da cidade do Noroeste do estado.

Questionados se estavam na cidade para atuar no caso, os peritos não responderam. A assessoria de imprensa do Instituto Geral de Perícias (IGP) também não confirmou, mas não descartou a possibilidade. A equipe deve apoiar as buscas por respostas acerca das circunstâncias ainda misteriosas nas quais o menino foi morto. Ainda faltam, por exemplo, a confirmação da suspeita de que a criança foi vítima de uma injeção letal, após ser dopado por medicamentos, além do apontamento técnico de como o corpo foi enterrado na cova de um matagal.
Apoio de universidade gaúcha
Em outro flanco, o IGP, que historicamente lida com problemas estruturais, recebeu, nesta semana, apoio da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), em Porto Alegre. A instituição cedeu um Homogeneizador de Tecidos, equipamento capaz de romper células e liberar as substâncias contidas nelas. O resultado é avaliado dentro de um espectro de substâncias possíveis.

De acordo com o IGP, com a tecnologia, será possível uma análise de psicotrópicos em vísceras do corpo do menino. Uma expectativa otimista do órgão indica que até este final de semana resultados dos testes já poderão ser acessados pela polícia.
A obtenção de laudos em menos de cinco dias, porém, depende de “condições ideais”. Do contrário, novas extrações do corpo poderão ser necessárias, de acordo com o IGP.

Entenda
Bernardo foi visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do mesmo dia, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no domingo (6), e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.
De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.

 http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/04/ele-jamais-faria-isso-diz-tio-de-bernardo-sobre-inocencia-do-irmao.

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