Juiz acatou parecer do MPE-AM que denunciou suspeitos. Após serem presos, homens serão levados ao Batalhão de Guardas da PMAM
O
juiz de direito do Juízo Militar Alcides Carvalho Viera Filho, do
Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), decretou nesta sexta-feira (27) a
prisão preventiva dos policiais militares William dos Santos Reis
Júnior, 31, e Elton Aparício de Oliveira, lotados na 1ª Companhia
Interativa Comunitária (Cicom) e acusados de estuprar no último sábado (21) uma mulher de 29 anos
na rua Sátiro Dias, bairro São Francisco, Zona Sul de Manaus. Após
serem detidos, os PMs serão levados ao Batalhão de Guardas da Polícia
Militar.
No
documento, o juiz se manifestou favorável ao requerimento feito pelo
Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) nesta quinta-feira
(26). No parecer assinado pela promotora de Justiça da Auditoria
Militar, Maria da Conceição Silva Santiago, ressalta-se a importância
das imagens captadas pelas câmeras externas da viatura como prova do
crime.
“Por
volta de 1h30 do sábado, os dois representados a levaram para um local
escuro, colocaram-na deitada no banco detrás da viatura com as pernas
amarradas para fora e a estupraram, primeiro o patrulheiro e depois o
motorista”, diz um trecho do documento.
Ainda
no documento, em depoimento a vítima contou que o motorista, Elton
Aparício, chegou a tapar a câmera interna do veículo com a boina. “O
motorista colocou a boina na frente da câmera que fica na parte interna
da viatura. Um dos policiais veio por trás e a estuprou e em seguida o
motorista fez o mesmo. Terminaram o ato e deslocaram até onde a mesma
fora abordada juntamente com o seu namorado”.
A
promotora ainda ressalta a frieza dos policiais. “Os representados
desobstruíram a câmera interna com a retirada da boina, provavelmente na
certeza de uma impunidade, tanto assim que após deixarem a vítima
passaram a conversar entre si, rindo descaradamente e fazendo o seguinte
comentário sobre a vítima: ‘Isso não é mulher de família não...’”, diz
outro trecho do parecer.
Nesta
sexta-feira, Alcides acolheu a representação e considerou o número de
provas suficientes para a prisão preventiva dos suspeitos. “Sendo a
palavra da vítima relevante, havendo reconhecimento e reforçadas as
declarações pelas imagens gravadas e demais circunstâncias do crime,
nenhuma dúvida existe da ocorrência do fato delituoso, sendo de se
observar que, no terreno da autoria, bastam indícios”, afirmou o juiz.
Após
serem presos, os homens serão encaminhados ao Batalhão de Guardas da
PMAM, no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte de Manaus, onde ficarão
por 30 dias à disposição da Justiça.
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