27/06/2014

UE assina acordos de associação com Ucrânia, Geórgia e Moldávia
"Hoje é um dia
histórico, talvez o mais importante para meu país depois da declaração
de independência", disse o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko
A União Europeia (UE) concluiu nesta sexta-feira a assinatura dos acordos de associação com Ucrânia, Geórgia e Moldávia,
que confirmam sua vontade de estreitar laços com os países do leste da
Europa mesmo com as ressalvas expressadas pelas autoridades russas.A assinatura dos acordos aconteceu durante uma cerimônia realizada às margens da cúpula que reuniu os líderes da UE em Bruxelas, a qual também contou com a participação do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko; do primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, e do primeiro-ministro da Moldávia, Iurie Leanca.
Presidente da Geórgia diz que processo de integração à UE é "irrevessível"
O presidente da Geórgia, Irakli Garibashvili, acredita que o acordo de associação assinado nesta sexta-feira com a União Europeia (UE) torna "irreversível" o processo de integração de seu país na Europa e fortalece "uma base sólida" para a "europeização".Em entrevista coletiva, realizada logo após a assinatura do acordo em meio à cúpula europeia, Garibashvili assinalou que o dia 27 de junho será "um dia a ser lembrado" para a Geórgia.
O acordo, segundo ele, inicia um novo processo nas relações com a União Europeia e supõe "um grande incentivo para impulsionar o desenvolvimento do país" e assegurar um "melhor futuro à população".
"A integração da Geórgia em direção à UE é irreversível. O acordo é um plano mestre para a europeização do país", indicou o presidente georgiano que sublinhou que o pacto "facilita uma base sólida para tornar realidade o sonho europeu".
O presidente georgiano se referiu em particular às vantagens que implicará do ponto de vista do comércio, já que os investimentos serão impulsionados, novos postos de trabalho serão criados, a competitividade melhorará e as exportações aumentarão.
Para a Geórgia, o acordo de associação suporá assistência para implementar reformas comerciais que, uma vez concluídas, apresentarão um crescimento econômico anual de 4,3% (292 milhões de euros).
O acordo permitirá à UE retirar direitos à importação de produtos agrícolas georgianos no valor de 6,2 milhões de euros e, ao país, aplicar padrões que tendem a melhorar sua competitividade.
Para o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, este passo reconhece os "significativos progressos" feitos pelos três países nos últimos anos, ou seja, a "forte determinação política de se aproximar mais da UE".
A assinatura dos acordos, em sua opinião, também demonstra que os países compartilham a mesma visão de "próspero modelo econômico" e o "desejo de viver o espírito e os valores europeus". Além disso, Barroso indicou hoje que os acordos darão mais ímpeto ao crescimento econômico na Europa.
"Hoje é um dia histórico, talvez o mais importante para meu país depois da declaração de independência", disse por sua parte Poroshenko, que destacou que o acordo oferece "uma perspectiva completamente nova" ao seu país, como a possibilidade de contribuir para sua modernização.
O presidente ucraniano também lembrou às pessoas que perderam a vida nos últimos meses durante a crise em seu país e considerou que, com a assinatura de hoje, a Ucrânia demonstra "sua vontade de um futuro dentro da UE".
A UE tentou assinar o acordo de associação com a Ucrânia no último mês de novembro em Vilnius, mas o governo do então presidente ucraniano Viktor Yanukovich renunciou no último momento perante as pressões da Rússia, que considera que tal tratado prejudicaria no plano econômico e comercial.
Essa recusa de Yanukovich foi um fator determinante para motivar sua queda e dar início a uma onda de manifestações pró-europeias e revoltas que resultaram na atual crise que o país atravessa.
Em um gesto de apoio à Ucrânia, a UE assinou no último dia 21 de março os capítulos correspondentes ao diálogo político e à cooperação com o governo interino, de modo que hoje só restava a assinatura da parte que faz referência ao estabelecimento de uma área de livre-comércio entre as duas partes.
Além disso, o tratado comercial substituirá às vantagens comerciais provisórias concedidas pela UE para a Ucrânia no dia 23 de abril, uma vez que comece a ser aplicada após a assinatura e sem a necessidade de esperar que seja referendado por todos os países-membros.
A UE continuará as reuniões técnicas com a Rússia e também envolverá a Ucrânia em consultas em nível político para "dissipar qualquer preocupação" que Moscou possa ter sobre a compatibilidade deste acordo com suas relações com Kiev.
A primeira dessas consultas trilaterais está prevista para ser realizada em Bruxelas no próximo dia 11 de julho.
Segundo os cálculos da CE, a aplicação do acordo suporá um aumento de 1,2 bilhão de euros das receitas da Ucrânia, cujas exportações à UE aumentarão em 1 bilhão ao ano.
Entre os setores ucranianos que mais se beneficiarão do pacto estão o têxtil, o da alimentação e o dos metais não ferrosos, enquanto "novas oportunidades de mercado" serão criadas, os investimentos serão impulsionados e a cultura modernizada, além da melhora das condições trabalhistas.
Para a Geórgia, o acordo de associação suporá assistência para implementar reformas comerciais que, uma vez concluídas, apresentarão um crescimento econômico anual de 4,3%.
O acordo dará à UE a permissão de retirar direitos à importação de produtos agrícolas georgianos no valor de 6,2 milhões de euros e, ao país, adotar padrões que melhorarão sua competitividade.
No que diz respeito à Moldávia, o acordo também ajudará a realizar reformas que permitirão uma melhor integração de sua economia com os mercados mundiais.
Por conta do pacto, a UE levantará direitos de importação aos produtos agrícolas moldávios no valor de 46 milhões de euros.
Além disso, a CE espera que as exportações moldávias à UE aumentem 16% e que as importações europeias no país subam 8%, assim como, uma fez encerradas as reformas, o PIB da Moldávia deve receber um impulso de 5,4% anual.
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1479788&tit=UE-assina-acordos-de-associ
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