- Publicado em 29/09/2014

 O debate presidencial na Record provocou tristeza e vergonha, tamanho o despreparo de certos candidatos. Em alguns momentos chegou a dar ânsia de vômito. Um e outro dos chamados "nanicos" avacalham qualquer conversa já ao abrir a boca. Avacalham pela profunda ignorância, grosseria, falta de inteligência e ausência de senso do ridículo. Alguns nanicos dão sentido ao apelido, "nanicos". E são uma tomografia do bioma político-partidário. Aqui e ali alguma tentativa de discutir o Brasil - em míseros um minuto e meio ou 30 segundos. No mais, uma sinalização do que será a reta final, com Aécio chegando e ameaçando Marina. Não há um projeto redentor como foram e têm sido a estabilização da moeda e o arrancar dezenas de milhões de brasileiros da miséria, da fome e da senzala. Na ausência de uma nova ideia-síntese, a corrupção como tema central. Como se TODOS os partidos grandes, também alguns pequenos, não tivessem dezenas de escândalos no prontuário. O escândalo da Petrobras é fato grave. Está sendo investigado e será estrela e arma até o final da eleição. A fatura política desse escândalo vai pra quem está no governo, Dilma. Como foi para o PT a conta do chamado "mensalão". Mas por que, ao debater corrupção, escolher quais escândalos criticar, manchetar, e quais esconder ou "esquecer"? Imaginam que o eleitor não percebe isso? O escândalo na Petrobras, se investigações comprovarem todas as manchetes, atinge a refinaria em Pernambuco e também o PSB onde Marina está. E o jatinho que matou Eduardo Campos? E o mensalão do PSDB mineiro? E a milionária gatunagem no metrô e trens do PSDB em SP? E o mensalão do DEM? E o Cachoeira? E a chamada "privataria tucana" ? E a compra de votos para a reeleição? Alardear apenas a corrupção do "outro" enquanto esconde a própria corrupção é mais uma vez ensaiar uma farsa. É apostar que o eleitor é otário.


                        Bob Fernandes

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