O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou nesta terça-feira (16) processo por quebra de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Bolsonaro afirmou, na tribuna do Plenário, que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia.


Agência Câmara
Presente à reunião do colegiado nesta terça-feira, Bolsonaro (o 1º  à esq. de costas)  disse que sua fala em Plenário foi “um ato reflexo”.  Presente à reunião do colegiado nesta terça-feira, Bolsonaro (o 1º à esq. de costas) disse que sua fala em Plenário foi “um ato reflexo”.  
O relator do processo será escolhido posteriormente de uma lista tríplice sorteada nesta tarde, que inclui a deputada Rosane Ferreira (PV-PR), Marcos Rogério (PDT-RO) e Ronaldo Benedet (PMDB-SC).

Esta é a ultima reunião do ano do Conselho de Ética. O presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), admitiu que ainda há muitas dúvidas em relação à sequência desse processo: ele poderá ser arquivado ao final desta legislatura e ser reaberto na próxima, mas a palavra final ainda depende de uma consulta feita à Mesa Diretora da Câmara.

Após a reunião do Conselho de Ética, a deputada Maria do Rosário, acompanhada de parlamentares da bancada feminina no Congresso, de lideranças políticas e de representantes de movimentos sociais ligados aos direitos humanos, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) protocolar queixa-crime por injúria e calúnia contra Bolsonaro.

A ação por quebra de decoro parlamentar foi apresentada na semana passada pelo PT, PCdoB, PSB e PSol e pede a cassação do seu mandato. O parlamentar já protagonizou, ao longo de sua carreira parlamentar, diversos casos de agressões e ofensas, principalmente contra os comunistas, em defesa da ditadura militar, e contras as minorias – gays, mulheres e negros.

Ao contrário das ofensas anteriores, desta vez até mesmo setores conservadores da sociedade e da imprensa estão pedindo a cassação de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, o PSDB, o DEM e os demais partidos que não se manifestaram após a ameaça de estupro também estão sendo cobrados e criticados.

Presente à reunião do colegiado nesta terça-feira, Bolsonaro já apresentou sua defesa prévia. Ele argumentou que sua fala em Plenário foi “um ato reflexo” a uma acusação que Maria do Rosário fez a ele em 2003.



Coisas inseparáveis.
O "Caso Bolsonaro" me faz pensar, de imediato, em três coisas: 1º) O problema da falta de decoro parlamentar, o que me parece ser bem visível; 2º) O crescimento acentuado da presença da mulher na esfera pública, e daí a exacerbação dos conflitos entre homens e mulheres e 3º) Como desdobramento da transição política que tivemos, a "Espada de Dâmocles" que ainda paira sobre a cabeça da sociedade, que representa o caso em pauta, e que tem na figura do Sr. Bolsonaro um exemplo paradigmático de resistência a mudança. Em relação ao primeiro ítem, nada a comentar, restando somente reconhecer que é este o problema que esta em questão. No que tange ao segundo ponto, é importante realçar que, sem sombra de dúvidas, o itinerário de quem discrimina é sempre o mesmo: primeiro a, depois b,... e assim sucessivamente. Por último, vejo que a questão é bem mais complexa e tem a ver com problemas estruturais ainda presentes e difíceis de serem resolvidos. Tá aí uma votação interessante que toda a sociedade deveria acompanhar e avaliar "com a cabeça no lugar", ou seja, "a luz da razão".

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou nesta terça-feira (16) processo por quebra de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ)....


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