No debate sobre o porto de Mariel, PSDB e a direita brasileira demonstraram ignorância, desinformação, atraso e preconceito
publicado
em 17 de dezembro de 2014
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Do senador Aécio Neves, durante a campanha eleitoral, fazendo coro
com as denúncias da extrema-direita: “O
seu governo optou por financiar a construção de um porto em Cuba, gastando R$ 2
bilhões do dinheiro brasileiro, enquanto os nossos portos estão aí esperando”.
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Dos deputados Fernando
Francischini (Solidariedade-PR) e Rubens Bueno (PPS-PR): O líder oposicionista
[Bueno] entende que só se pode presumir a existência de irregularidades no
empréstimo para o porto cubano e beneficiar as campanhas eleitorais dos aliados
do governo de Dilma Rousseff. “São negócios escusos para arrecadar dinheiro
para azeitar a máquina do PT”, acusou. Francischini concorda com ele. “Não é
possível ter investimento fora do país, sem interesse nacional e com falta de
transparência envolvendo dinheiro público, com juros subsidiados, com
investimentos do Tesouro”, criticou. A explicação se houve escolha com
critérios técnicos [da Odebrecht] para a construção do porto é escondida, na
opinião dele, porque não existiram esses tipos de parâmetros. “Não tem
critério. O critério é quem doa mais para a campanha do PT”, disparou.
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Do senador
Álvaro Dias (PSDB-PR), em entrevista ao Canal Rural: “Esse caso do
porto é de estarrecer”, denunciando empréstimos do BNDES a outros paises e
afirmando que no caso de Mariel a geração de empregos seria “lá em Cuba”.
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Nota
oficial do PSDB a respeito: “Os brasileiros acompanham, indignados,
mais um périplo da presidente Dilma ao redor do mundo. Especial indignação
causa saber que dinheiro dos brasileiros foi empregado para erguer um moderno
porto em Cuba. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES)
financiou mais de 70% de um empreendimento de quase R$ 1 bilhão em Mariel, nas
proximidades de Havana”.
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Rodrigo
Constantino, em seu blog: “O governo Dilma fez sua escolha: o porto
cubano é mais importante do que nossa própria infraestrutura. Continuaremos
convivendo com enormes filas para escoar nossa produção, com um custo elevado
de logística afetando a produtividade da nossa economia. Mas Fidel e Raúl, a
dupla de tiranos assassinos, terão um porto novo em folha graças aos recursos
brasileiros, para exportar sabe-se lá o quê”.
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O
presidente do BNDES, Luciano Coutinho, desconstruiu nesta terça-feira (27)
durante audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara,
vários argumentos de cunho eleitoreiro da oposição acerca do financiamento,
pelo banco, de serviços brasileiros de engenharia para a realização de obras em
outros países. Primeiramente, conforme explicou por meio de esquema gráfico, o
BNDES não repassa dinheiro a governo algum onde a obra será realizada. Os
recursos financiam, em moeda nacional, as empresas brasileiras que ganharam a
licitação da obra no país estrangeiro. Essa informação, por si só, já desmonta
o principal argumento da oposição, segundo o qual o governo brasileiro estaria
deixando de investir no Brasil para “doar” ou “mandar” dinheiro para Cuba.
Coutinho
mostrou que, antes de tudo, trata-se de um procedimento que gera empregos no
Brasil e movimenta uma vasta cadeia produtiva nacional de bens e serviços,
envolvendo também uma infinidade de outras pequenas empresas brasileiras que se
beneficiam com a transação. O presidente do BNDES explicou ainda que, como
pagamento do dinheiro repassado àquelas companhias nacionais que ganharam a
licitação, o país onde será construída a obra paga em dólar ao Brasil. Ainda,
segundo Coutinho, as linhas de crédito para apoiar serviços de engenharia no
exterior são um mercado “concorridíssimo” e são praticadas por todos os países
que têm bancos de fomento. Disse também que a modalidade praticada pelo Brasil
ainda é “conservadora” se comparada às dos países desenvolvidos e da China.
“Eles financiam, inclusive, gastos locais”, informou.
O
dirigente mostrou dados que revelam o grau de investimento de outras nações em
obras de engenharia fora de seus territórios. A China desembolsou entre 2008 e
2012 um total de US$ 45,2 bilhões; os Estados Unidos, 18,6 bilhões; a Alemanha,
US$ 15,6; e a França, US$ 14,6 bilhões. No mesmo período, o Brasil financiou
US$ 2,24 bilhões, ocupando a oitava colocação na tabela apresentada, atrás
ainda da Índia, do Japão e do Reino Unido.
O
porto de Mariel é um colosso. Ele é considerado tão sofisticado quanto os
maiores terminais do Caribe, os de Kingston (Jamaica) e de Freeport (Bahamas),
e terá capacidade para receber navios de carga do tipo Post-Panamax, que vão
transitar pelo Canal do Panamá quando a ampliação deste estiver completa, no
ano que vem. A obra, erguida pela Odebrecht em parceria com a cubana Quality,
custou 957 milhões de dólares, sendo 682 milhões de dólares financiados pelo
BNDES. Em contrapartida, 802 milhões de dólares investidos na obra foram gastos
no Brasil, na compra de bens e serviços comprovadamente brasileiros. Pelos cálculos
da Odebrecht, este valor gerou 156 mil empregos diretos, indiretos e induzidos
no País.
A
obra “se pagou”, mas o interesse do Brasil vai além disso. Há quatro aspectos
importantes a serem analisados.
O
primeiro foi exposto por Dilma no discurso feito em Cuba. O Brasil quer,
afirmou ela, se tornar “parceiro econômico de primeira ordem” de Cuba. As
exportações brasileiras para a ilha quadruplicaram na última década, chegando a
450 milhões de dólares, alçando o Brasil ao terceiro lugar na lista de parceiros
da ilha (atrás de Venezuela e China). A tendência é de alta se a população de
Cuba (de 11 milhões de pessoas), hoje alijada da economia internacional, for
considerada um mercado em potencial para empresas brasileiras.
Esse
mercado só será efetivado, entretanto, se a economia cubana deixar de funcionar
em seu modo rudimentar atual. Como afirmou o subsecretário-geral da América do
Sul do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antonio José Ferreira
Simões, o modelo econômico de Cuba precisa “de uma atualização”. O porto de
Mariel é essencial para isso, pois será acompanhado de uma Zona Especial de
Desenvolvimento Econômico criada nos moldes das existentes na China. Ali, ao
contrário do que ocorre no resto do país, as empresas poderão ter capital 100% estrangeiro.
Dono de uma relação favorável com Cuba, o Itamaraty está buscando, assim,
completar uma de suas funções primordiais: mercado para as empresas
brasileiras. Não é à toa, portanto, que o Brasil abriu uma nova linha de
crédito, de 290 milhões de dólares, para a implantação desta Zona Especial em
Mariel.
Aqui
entra o terceiro ponto, a localização de Mariel. O porto está a menos de 150 quilômetros do
maior mercado do mundo, o dos Estados Unidos. Ainda está em vigor o embargo
norte-americano a Cuba, mas ele é insustentável a longo prazo. “O embargo não
vai durar para sempre e, quando cair, Cuba será estratégica para as companhias
brasileiras por conta de sua posição geográfica”, disse à Reuters uma fonte
anônima do governo brasileiro. Tendo em conta que a população cubana ainda
consistirá em mão de obra barata para as empresas ali instaladas, fica completo
o potencial comercial de Mariel.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/debate-sobre-o-porto-de-mariel-psdb-e-direita-brasileira-demonstraram-ignorancia-desinformacao-atraso-e-preconceito.html
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