:
Prada
A entidade mais influente da advocacia diz que “... a corrupção é sistêmica no Brasil e não se resume a episódios isolados, mas integram um ambiente geral, consolidado historicamente, que abrange todas as esferas da administração pública brasileira”. Poder-se-ia com toda certeza acrescentar a essa assertiva da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), diante dos escândalos de desvios de verbas públicas que a corrupção tornou-se endêmica e de difícil erradicação. Principalmente porque existem elementos consistentes para se concluir que parte do dinheiro desviado da Petrobrás teria sido utilizada para abastecer o caixa dois de campanhas eleitorais, fechando assim o ciclo pernicioso que envolve os interesses político-partidários. 
As conseqüências da sangria desatada nos cofres da estatal petrolífera já se fazem presentes ao jogar a cotação das ações no limbo, para desespero dos investidores. Como a corda sempre arrebenta no lado mais fraco, as camadas mais pobres da população são atingidas com maior intensidade pelos ônus da corrupção, no momento em que a qualidade dos serviços prestados pelo Estado depende diretamente de recursos consistentes e duradouros.
A divulgação dos casos de corrupção chama a atenção pela similaridade entre o “modus operandi” dos protagonistas e partícipes dos esquemas de desvios de verbas públicas. Geralmente ocupando cargos de chefia, direção ou presidência de diferentes instituições, organizados e hierarquizados de acordo com a relevância de cada função, os envolvidos não encontraram dificuldades para saquear e transferir somas astronômicas para paraísos fiscais no exterior, além de lavar o dinheiro sujo em atividades comerciais, conferindo aparência de suposta licitude. Os casos escabrosos veiculados pela mídia são apenas uma mostra da ousadia de ocupantes de altos cargos, quando resolvem deixar a indispensável probidade de lado. Rigorosamente em todos os setores do funcionalismo público ainda persistem os comportamentos condenáveis com desvios de conduta, que expressa tão somente certos posicionamentos (mesmo que às avessas) tolerados pela sociedade, visto que o agente público é oriundo do meio em que vive. Prova disso é a reeleição sistemática de políticos citados em denúncias de corrupção, alguns exercendo tranquilamente cargos estratégicos no cenário político nacional. A amnésia que acomete o eleitor brasileiro naquele momento solene não deixa dúvidas de que somos omissos ao extremo. Nem ao menos temos a preocupação em conhecer as propostas dos candidatos, quanto mais exigir o cumprimento de qualquer promessa ou a correção de atitudes, por mais óbvias que possam parecer.

As recentes manifestações mostraram que o cidadão brasileiro anda descontente com seus governantes. Os bloqueios nas rodovias e as passeatas verde-amarelas apenas evidenciaram a insatisfação da população, sem resultados práticos imediatos. Da forma como os protestos foram realizados, seria como enxugar gelo. De nada adianta pintar o rosto e se emocionar diante das câmeras ao entoar o Hino Nacional, clamando por medidas austeras. Há poucos meses o eleitor teve em suas mãos a oportunidade de mudar os destinos do País, atualmente envolto nas crises econômica, política e institucional. O que esperar então do futuro? Como acreditar nas promessas mirabolantes de nossos representantes quando apresentam propostas anticorrupção, reforma política e outras, como se tudo fosse resolvido numa só canetada? Definitivamente, sem querer querendo, Dilma Rousseff e sua equipe escolhida a dedo “ferraram” de vez o contribuinte brasileiro. Ruim com ela, pior sem ela, numa análise por demais simplista. De certeza mesmo são os aumentos de impostos, energia, combustíveis e serviços em geral, pesando cada vez mais no lombo do esfolado assalariado. Mais isso não é problema para os multimilionários corruptos e seus assemelhados parasitas, que por motivo algum deixarão de vestir Prada, Polo Lacoste, Christian Dior, ou ostentar os magníficos Rolex, Cartier, Louis Vuitton, Gucci, Chanel e outras quinquilharias.

http://www.maringanews.com.br/colunistaIndex.php?codigoColunista=8#/page/4

0 comentários:

Postar um comentário

Postagens populares

 
Top