PONDO A FOFOCA EM DIA (XXIII)
Oi! Bom dia, meninos. Bom dia, meninas.
Azeda, amanheci de TPM, é, de mal com o mundo, confundindo Malafaia e Roberto Carlos, “o cachorro me sorriu latindo”, de patinha aberta esperando o dízimo, sincero como feicebuquiana, o marido chega bêbado, sujo de batom no colarinho, vai consertar a desdita, tem ejaculação precoce, e a danada posta de manhã “bom diaaaaaa! Feliz!”, a outra, ainda amarrotada do baile funk na periferia, cansada dos orgasmos múltiplos, continuados e coletivos, digita “a fé nos renova, quem dá aos pobres empresta a Deus”, essas fotos de perfil, de 20 anos atrás, fiéis como pastor, não o cachorro, porque esse é, o cara é seduzido pela moreninha adolescente e inicia um relacionamento com a anciã de 184 quilos e três dentes, afffffffff, sem que ela saiba que o seu virtual e viril amor é um servidor público aposentado das cortes portuguesas, esquecido do que fazer com o pintinho, esse face é muito doido, lugar de maluco, tô de TPM, e quando fico assim, affffff, me sinto uma professora paranaense, um exilado chinês, o DaKuArde, veio negociar a entrada dele na Bancada Evangélica, não foi aceito, os meninos não aceitaram, a concorrência já está grande, vai acabar faltando batom no mercado, a Angélica vai regravar “vou de táxi”, acho que é porque tomou medo de avião, não fosse o nariz do marido dela escorar a aeronave e nem plástica ia resolver, o casal grana ia ficar com cara de Aloysio Nunes e Marina Silva, os top da funerária, Renan Calheiros entrou na justiça com pedido de que a justiça não o investigue, está sem tempo para depor, ocupado em tentar depor a Dilma, esse país só não é uma suruba porque ainda estamos vestidos, a mulher do Richa sumiu até com o dinheiro que era para comprar os cobertores pros pobres, affffffff, qualquer dia tarifam a luz do sol, não bastasse tantos Fernandos... Henrique Cardoso, Collor, Moro, Beira Mar... E ainda me aparece uma Fernanda, a Richa... Sempre que me apresentam alguém e “prazer, eu sou o Fernando”, confiro, pra ver se a minha carteira ainda está no bolso, mas tem ladrão que é tão ladrão que é único, quantos Aécios você conhece? Só tem um, ele roubou todos os outros. Falar em ladrão, não procede a notícia de que FHC morreu, quem morreu foi o projeto do distritão, a primeira derrota de Eduardo Culha, o Zoio de Satã, tá de caso com o Picciani, o mesmo discurso, as mesmas origens, o mesmo enriquecimento ilícito, tudo do Comando Sérgio Cabral-Eduardo Paes, mais periculoso que o vermelho, lembrei de um caso deveras interessante, deveras interessante é muito erudito, tira revisor, coisa de acadêmico, aqueles velhinhos da Academia Brasileira de Letras, Alzheimer, Parkinson, Esclerose, Sarney, FHC... Em estágio pré mausoléu dos imortais, que ficam tomando chá e fofocando sobre quando eram jovens, falando do dilúvio e dos seus dinossauros de estimação, quando Pelé jogava bola, Galvão não beijava Bial e Marta Suplício era adolescente, olha o que me contou um guarda rodoviário amigo meu, uma lourinha, dessas eleitoras do Vavá Botox, vinha cometendo mil absurdos na estrada, e foi parada pelo guarda, que pediu os documentos do carro, sem que ela soubesse o que eram, o guarda explicando: “aquele papelzinho que tem a Marca do carro, o ano de fabricação, o número da placa...” E a muito custo ela encontrou. Pediu os documentos da moça, que ficou sem entender nada: “como? Ô seu guarda, eu não tenho placa, marca...” Ele explicou direitinho e a lourinha mostrou.
Sem saber o que fazer, o agente passou rádio para o seu superior: “ô chefia, tô aqui com uma loura que vinha a 120, cortando pelo acostamento, não sabe o que é documento do veículo, documento pessoal... Na escuta, câmbio”, e a seguir ouviu, do superior: “é uma loura bonitona, de blusinha vermelha e jeans, numa Mercedes branca?”, “positivo, chefia, essa mesmo, na escuta, câmbio”, a lourinha com carinha de não estou entendendo nada, com quem ele está conversando se não vejo ninguém? “Pois abra a braguilha para ver o que acontece, boa sorte, câmbio, desligando”, e o guarda abriu a braguilha, para o desânimo da lourinha: “ah, não! Teste do bafômetro de novo?”, pois é, as coxinhas são assim, em teste do bafômetro quem também não passa é o Paulinho da Forca, já o outro não passa é no teste da cheirada, vou embora, tô de TPM, fazer almoço, botar os meus macaquinhos pra escola, pra não serem coxinhas quando crescerem, e varrer a casa com a vassoura ungida que a minha sogra charuteira comprou na igreja, chega de inveja, mau olhado, impotência do marido, queixa da escola das crianças, vírus no pc, discurso do boca murcha e TPM, PQP!
Ticháu. Se vocês verem o Moro, diz que o michê, digo cachê, da Globo já foi depositado.
Ermenegilda Dadivosa – Colunista política e social, Mãe de Santo na Bancada Evangélica.
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