13/08/2015
Operação da polícia prendeu 11 pessoas por tráfico e exploração sexual. Jardim Paraíso convive há 20 anos com prostituição e a violência.
Durante a operação, os policiais comprovaram que os três endereços funcionavam para casa de programa. Na primeira prisão, os policiais encontraram a responsável por manter o imóvel, uma mulher de 52 anos, que cobrava das prostitutas por programas no local. Em outra casa, uma mulher de 37 anos foi presa pelo mesmo motivo. No terceiro estabelecimento fechado pela polícia, foram presos um homem de 38 anos e uma mulher de 51.
A polícia também flagrou o tráfico de drogas no local. Em uma das ruas, um homem de 51 anos estava associado a uma adolescente de 16 para fazer tráfico. Em buscas no local, a polícia apreendeu 170 pedras de crack e dinheiro das vendas. A menor foi apreendida e o homem preso por tráfico e associação ao tráfico. “A operação teve o foco na exploração da prostituição e também no tráfico de drogas. A estratégia de trabalho foi discutida com a Polícia Militar. O bairro Jardim Paraíso é um dos pontos sensíveis da nossa cidade, nosso trabalho para combater o crime no local é initerrupto”, afirma o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Fernando Tedde.
Polícia faz revista em pessoas no Jardim Paraíso
O bairroO Jardim Paraíso, onde moram mais de duas mil famílias, foi dominado pela prostituição e pelo tráfico de drogas nas últimas décadas. Prostitutas e travestis seminus desfilam pelas ruas, às vezes em plena luz do dia. Em uma barraca, drogas são vendidas como se fossem doces. Quem mora no local, tem medo de sair de casa durante a noite e ser confundido com uma garota de programa ou traficante.
A equipe da TV TEM passou um mês no bairro, tempo suficiente para mostrar o que ocorre nas ruas. Quem comanda o esquema de prostituição e tráfico, segundo as próprias garotas de programa, é um travesti conhecido como Piauí. Segundo a polícia, ele foi preso em maio, junto a outros travestis.
A facilidade para conseguir drogas e sexo pago é tanta que quem não faz parte do esquema é que tem de se identificar. As famílias que moram no local colocam em frente das casas um cartaz com os dizeres "casa de família". Muitas ainda sofrem com o som alto das boates à noite.
Garotas de programa em rua no Jardim Paraíso em plena luz do dia
FiscalizaçãoUm levantamento feito pela prefeitura apontou que muitas casas funcionam irregularmente e sem alvará como pontos comerciais no Jardim Paraíso. Segundo a própria prefeitura, de 25 locais, como bares e outros estabelecimentos, que foram fiscalizados na semana passada, apenas dois estão regularizados.
Mulheres mostram o corpo durante à noite em
bairro de Rio Preto
Todos os outros foram
notificados e vão ter que providenciar a documentação necessária. Os
comerciantes têm até 60 dias para providenciar o alvará e, se isso não
ocorrer, os locais podem ser lacrados. O documento dura um ano e só
permite o comércio de mercadorias legais, como bebidas.bairro de Rio Preto
A equipe da TV TEM fez um levantamento no bairro e apontou 37 locais de prostituição, quatro pontos de tráfico, sete motéis e duas boates de exploração sexual. Um dos vários motéis que funciona no bairro tem autorização para funcionar porque foi aberto antes da aprovação de uma lei que proíbe os locais na área urbana de Rio Preto. Todos os outros não têm licença e deveriam estar lacrados.
Como os alvarás de bares e boates duram um ano, a fiscalização por parte prefeitura deveria ser feita também nesse prazo, mas ninguém no Executivo soube informar quais locais tinham a licença, por exemplo, no ano passado. Na frente dos moradores, na porta desses bares ou do lado de dentro, tudo e qualquer coisa acontece, mesmo que fora da lei.
Mulheres fazem prostituição em plena luz do dia
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